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terça-feira, 20 de outubro de 2020

A VERDADE SEQUESTRADA


Em tempos pós modernos e pós construtivistas, tempo em que a linguagem arbitrária de grupos tornam-se o sinônimo de uma verdade encomendada por vontades que se julgam soberanamente criadoras de uma nova ordem mundial, na qual é proibido fumar tabaco mas é desejável pitar uma nóia.

Em tempos na qual a programação mental é projetada para tornar a consciência humana anestesiada por um permanente clima de dissonância cognitiva por meio de infinitos estímulos contraditórios pavlovianos.
Em tempos que a Justiça foi transformada primeiro numa ideia, para depois a ideia ser criticada conforme os princípios bárbaros da pós-verdade, para assim ser possível afirmar-se que a verdade é aquilo que a voz portadora de autoridade afirme ser ou não ser.
Em tais tempos a tolerância passa a ser tolerar somente o que é permitido, o direito passa a ser o direito do mais forte, a justiça um simulacro da mentira, e a verdade uma ideia fora de moda que não está prevista na constituição nem no código civil, e, por isso mesmo, algo a ser checado quando uma pessoa qualquer expressa uma opinião.
A comissão da verdade que se consumou em tempo da presidenta, hoje se acerca na forma de comissões que avaliam a verdade de cada opinião nas redes, as inúmeras comissões das verdades que assolam o cidadão comum, checadores de fatos num mundo em que os mesmos checadores afirmam que não existe mais fatos consideráveis verdadeiros, ou pelo menos, que não sejam os fatos que lhes interessam ser considerados verdadeiros.
Nos tempos da pós-verdade a verdade é uma propriedade privada dos donos do poder.

sábado, 4 de maio de 2019

MITO E VERDADE




Vamos lá, o mito é sinônimo de mentira?

Também assisti aulas de introdução à filosofia em que utilizava-se bibliografia marxista de história da filosofia, em particular com citações do Jean-Pierre Vernant, que adota aquela balela de que a filosofia grega aconteceu por conta da criação da moeda e outras tontices de cunho materialista, como se a tal de "infraestrutura" (estrutura econômica) fosse a origem imanente do "superestrutura" (cultura).

Prefiro inverter esta equação e apostar na força do espírito como a pedra fundamental sobre a qual são estabelecidas as conquistas humanas, e tal poder manifesta-se no mundo pelo Poder da Linguagem.

A realidade da linguagem pode ser encarada com base em 04 momentos dinâmicos, simultâneos do ponto de vista ontológico, e sucessivos de um perspectiva lógica, isto é, a estrutura da linguagem em seus quatro níveis (poético, retórico, dialético e lógico) é o pressuposto para a possibilidade de existência de um infraestrutura ou uma superestrutura, pois sociedade, produção e cultura somente sustentam-se com base no exercício da correta comunicação, na eficaz proliferação de conhecimento e seu desenvolvimento, não à toa a sociedade do conhecimento é o momento histórico que vivenciamos.

Aliás, a teoria dos quatro discursos que sintetizei acima é uma criação do Olavo de Carvalho, que com base na filosofia aristotélica nos fornece uma excelente ferramenta de descrição da realidade em seu aspecto linguístico.

Mas, remetendo-me à questão inicial, penso que o mito é a verdade apreendida pela imaginação encantada pela realidade concreta, é a verdade inerente ao símbolo, a verdade da poesia e da arte, a verdade com todas as possibilidades, com todos os exageros e todas as hipérboles, mas é a verdade que doa vida às demais formas de linguagem.

O mito, portanto, é portador de verdades fundamentais da realidade, e, também, de ilusões, porque é a linguagem dos símbolos, é de onde principia a própria linguagem, e de onde nascem as outras formas de linguagem, que por sua vez geram novas visões mitológicas e imaginativas.

Entre tantas mitologias vigentes há o mito da superioridade absoluta da ciência, crítica e materialista, como forma de conhecimento incontestável, um símbolo que dentro dos limites do método científico, abstrativista e especializado, é incontestável, todavia, quando considerado dentro dos limites da realidade é uma falsidade que causa inúmeros perigos e desvios.

O mito quando perde seu caráter simbólico conectado com a realidade concreta, e torna-se um símbolo de uma idéia negadora da realidade, aí sim, será uma mentira das mais deslavadas e nuas.

domingo, 1 de julho de 2018

Aforismos sobre a verdade e sua identidade com a realidade

Ser um cultor da verdade, necessariamente, nos lança no coliseu criado pelos servos da mentira, uma massa confusa e poderosa que necessita de bodes expiatórios.

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Toda e qualquer ideologia (liberal, socialista, positivista, etc.) é uma operação de guerra, em que a mentira politicamente correta pretende suplantar a verdade objetiva e transcendente, testemunhada pela realidade viva e presente diretamente perante nossos olhos.

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A verdade liberta a mente dos estribos da mentira, porque a verdade é uma revelação sobre a realidade criada por Deus, que por nos querer bem e nos amar como filhos não deseja nos dominar por puro egoísmo, enquanto que a mentira é uma negação da realidade, com o objetivo de turvar a mente e restringir a liberdade da sua vítima, em benefício de outro alguém terreno ou preternatural.

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A verdade possui identidade com a realidade, na medida em que a realidade é o fundo ontológico para que haja a descrição na forma de linguagem, simbólica e lógica, de algo verdadeiro, neste sentido é que podemos descrever uma verdade.

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Os seus sentidos percebem a verdade? Faça uma experiência: ao atravessar uma rua feche os olhos, e confie no seu eu subjetivo e sistemático, para chegar à salvo do outro lado.

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O que é a verdade? É a realidade imediata dos sentidos, é a realidade mediada pela inteligência, é a realidade subjetiva de um que se conecta com realidade subjetiva de outrem, não importa como, onde e quando, a realidade é a verdade, e ambas são frutos de uma Verdade transcendente e Real em nível verdadeiramente objetivo e absoluto.

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A verdade jamais é "construída" pois sua existência é transcendente, somente há verdade revelada, a sua compreensão é que comporta níveis diferenciados de subjetividade.

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mentira é fundamento da correção política que nega a verdade objetiva e o próprios fatos que a contestam.

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A verdade é a única coisa que vale à pena conservar, somente a mentira precisa ser convenientemente defendida por posições políticas e ideológicas.

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Quem a firma que a verdade é relativa, necessariamente, incide numa petição de princípio, pois ao afirmar que a verdade é relativa tem que considerar que é uma verdade em seu sentido absoluto. Logo, se é verdade que "a verdade é relativa", então é "absolutamente verdadeiro" que a verdade é relativa, tais afirmações sobre a verdade são contraditórias quanto à sua validade conceitual, assim sendo, a verdade ou é absoluta, ou não é verdade, relatividade existe quanto ao nível de ignorância sobre a verdade, isso sim.

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A negação da verdade em linguagem filosófica gera sofismas, que nada mais são que mentiras com retórica sofisticada.

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Verdade é o nome que se dá à correspondência entre realidade percebida e a descrição verbal desta percepção, e, considerando-se que a verdade está contida na própria realidade, cabe-nos gastar nossas palavras e desenvolvermos os conceitos necessários para nos aproximarmos da máxima conexão entre o objeto e a sua descrição, mas, é mais fácil inventarmos fantasias, que negam a concretude do real, ou seja, mentiras são fugas mentais, por meio de descrições sem correspondência em fatos, experiências, percepções ou razões fundadas no real, em outras palavras, para combater a veracidade instrumentaliza-se a mentira por meio de sistemas ideológicos em que idéias vazias de sentido são impostas no lugar da vida concreta e cotidiana.

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Palavras de ordem são a forma mais tola de retórica, quando as palavras gatilho são desarmadas por simples estímulos ao raciocínio a inteligência se manifesta involuntariamente nas vítimas do hipnotismo ideológico, mas, logo, em seguida, à falta de argumento começam a proferir o mantra: "fascista, fascista"!

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O que torna a situação do cultor do relativismo uma peça de humor negro é que para poder defender sua posição, necessariamente, sua postura psicológica tende a ser cada vez mais dogmática, pois quanto mais se evidencia a falta de fundamentação de sua tese mais intolerante com a posição contrária se torna, daí o relativista fica incapaz de compreender uma refutação racional e probatória, pois perdeu a humildade de um buscador da verdade uma vez que já se tornou um tipo de senhor da verdade relativa.

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Estou absolutamente certo de que a verdade é absolutamente relativa à realidade.

A verdade é relacionada à realidade, a realidade é o material probatório que confirma a verdade declarada verbalmente.

Digamos assim: a realidade é composta de coisas verdadeiras e a descrição verbal adequada dessas coisas é o que designamos de verdade.

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A poesia é o nosso primeiro contato com a verdade, a verdade da beleza.

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Está muito comum essa ligação da palavra relação com o sentido de relatividade, quase não se utiliza a mesma em seu sentido de nexo ou conexão.

domingo, 15 de abril de 2018

A VERDADE METAFÍSICA QUE SE FEZ CARNE



Imagem extraída da página Cooperatoris Veritatis


Rousseau fez um grande mal à psique da modernidade ao afirmar que bondade é natural à animalidade!

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O orgulho é o único pecado que não sente vergonha diante de Deus, é o soberbo que se levanta e O enfrenta, este é o vício que o diabo mais gosta...afinal, a sabedoria inicia pelo temor a Deus!


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Amo meus inimigos, pois eles motivam respostas e reflexões valiosas, a inspiração é em grande parte oriunda do escândalo do teatro da maldade e da maledicência.

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A religião marxista, que Raymond Aron denominou de o "ópio dos intelectuais" prossegue expandindo seus fiéis por meio da formação de nosso celebrado sistema de ensino!

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Àqueles que cultuam a matéria, perdoem-me se minha liberdade de expressão e minhas convicções ofendem vosso ativismo messiânico de um tão desejado apocalipse comunista!

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O que será da moral sem a religião? 

Será contribuir somente para a manutenção da burocracia estatal mediante impostos? 

Bastará ser um bom cumpridor da lei positiva, aquela regra emanada do governo? 

Ser cidadão e votar conforme o calendário eleitoral? 

Afirmar uma moral sem Deus, mas fundada no imperativo categórico kantiano... porque sim!? 

Acreditar que o bem pode existir sem o mal, uma vez que tudo é subjetivo, e, por isso, só pode existir o bem relativo a cada pessoa?

Postular o "dogma do relativismo" em que o mal é uma criação da subjetividade humana?

Defender que o bem é uma criação da "mãe natureza", ou seja, que a seleção natural é boa por si mesma, que o mais apto deverá prosperar em detrimento dos fracassados?

Sei... talvez ser bom marxista, ou bom ateísta, seja um exercício de ódio, e talvez este exercício seja considerado como um valor... do bem?

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Essas visões teológicas sobre o suposto "cristianismo primitivo" são antepassados do "comunismo primitivo".

Por que ninguém se lembra que Cristo e seus Apóstolos ao fundarem o catolicismo foram perseguidos até o martírio.

Séculos dessas perseguições imperiais levaram os cristãos às catacumbas e ao coliseu (algo recorrente na China e em países islâmicos até hoje).

Ninguém se lembra de que por alguns momentos históricos o cristianismo poderia ter sido extinto, e que o seu triunfo histórico foi um verdadeiro milagre.

Somente no cristianismo o fenômeno "laico" ou mesmo o "iluminismo" puderam ocorrer, pois o livre arbítrio é seu elemento essencial.

A religião cristã não é agente primariamente político, afinal foi Cristo que mandou separar a religião de Deus da política de César, mas, se valorizas tanto a laicidade deverias valorizar sobretudo sua herança cristã como o fenômeno cultural e histórico que possibilitou a liberdade contemporânea.

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O Logos (em grego λόγος, palavra) significava inicialmente a palavra escrita ou falada — o Verbo, passa a ser um conceito filosófico traduzido como razão, tanto como a capacidade de racionalização individual ou como um princípio cósmico da Verdade e da Beleza.

São João principia seu livro sinótico:

"1 1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. 2. Ele estava no princípio junto de Deus. 3. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. 4. Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. 5. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam."

Portanto, 

Cristo é a verdade metafísica que se fez carne, 

é o logos identificado pela filosofia grega, 

é a razão que se fez viva numa pessoa, 

por isso a tradição cristã católica é profundamente filosófica, 

pois a razão feita carne está viva entre nós!

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

O POLITICAMENTE CORRETO É A LIBERDADE SOCIALIZADA

Não há inferno. Bosch, parte do Jardim das Delícias

A verdade não é um artigo que se possua como um objeto material, é algo que se revela na forma de uma realidade, cujo conhecimento demonstra algo objetivo, é um obstáculo, é um pedra de tropeço, é um escândalo, e, por mais que o subjetivismo individualista, ou socialista, se rebele perante tal concretude, perdura a verdade como algo luminoso que se evidencia de forma penetrante aos olhos do corpo, do intelecto e do espírito, afinal, a verdade é algo politicamente incorreto, dado que a política é o reino da mentira.

Quando alguém acredita que a verdade é subjetiva, e, portanto, relativa a cada pessoa, acaba por considerar que a verdade é algo que se inventa livremente, ou seja, julga-se que qualquer mentira pode ser considerada uma verdade com fundamento unicamente na vontade individual, daí, quando uma mentira é encampada por um grupo de indivíduos cria-se o argumento de que a mentira... digo, a "verdade" desse grupo deverá ser imposta por ser uma "verdade" considerada necessária pela vontade política de um grupo, assim temos a mentira coletivizada erigida ao estado de "verdade politicamente correta", realmente, na alma liberal se esconde o monstro socialista.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

MINHA DEFINIÇÃO DE DIREITA POLÍTICA



Observe-se que a luta não é pela "direita", mas, sim, pela preservação de instituições e valores morais que permitem uma vida livre.

O homem em sua infância nasce com o conhecimento natural do mal, da luta pela sobrevivência material, e é necessário se buscar a maturidade, um fruto da elevação na vida da inteligência, na luta pela eternidade.

Ser de direita é uma postura "cultural" e "antropológica", somos povos ameaçados de extinção física mesmo, o que implica assumir uma postura "ambientalista", pois queremos preservar nossas condições básicas de vida, propriedade e liberdade.

O indivíduo ao defender-se do coletivismo da esquerda deve criar uma "práxis" de preservação da espécie humana em seus anseios mais básicos e de perduração.

Algo fácil de se constatar, ao se estudar fatos históricos, e da observação dos fatos políticos recentes, que  esquerda não está nem aí para a coerência de idéias, o que importa é a "práxis marxista", cujo objetivo final é tomada do poder social absoluto.

A direita brasileira é incipiente e está perdida em meio a visões do paraíso ideológico libertário, por pura e simples contaminação das esquerdas, o primeiro passo é afirmar que não se precisa de uma ideologia para viver, danem-se os seguidores do Cazuza.

Devemos recuperar a realidade do mérito, do valor de alcançar um objetivo por meio do esforço do exercício e/ou treino, que no caso do conhecimento é fruto do auto-estudo.

A auto-educação é a dedicação de quem tem predisposição e persistência, de estudar por conta própria, e, assim, alcançar seus objetivos educacionais, por outro lado, o reconhecimento social e financeiro é outro departamento, afinal, não se estuda para enriquecer financeiramente (apesar de ser um lugar comum para o brasileiro), isso é o mais tosco materialismo dinheirista (esta é outra expressão muito usada pelo Olavo de Carvalho).

Elevar o espírito é o mérito do estudo, acontece que pessoas bem formadas acabam virando líderes, cientistas, empreendedores, bons funcionários, etc.

O estudo é fundamental para preparar a luta de quem está contra a esquerda em defesa das verdades consagradas pela experiência, tradição, família, ciência, e, em última análise, pela eternidade.

Nossa responsabilidade pessoal se espraia ao passado e se lança ao futuro, mas, sobretudo, é uma luta pela salvação da própria alma, e, quem sabe, servir de exemplo para outras.

O que é ser não-ideológico? 

É buscar a verdade! 

Como fazê-lo? 

Precisamos estudar história, contemplar a arte, viver a religião, mas, para gostos mais filosóficos, recomendo o enfrentamento do argumento etiológico, ou estudo das origens e das causas, são todos caminhos que nos conduzem a Deus, o Logos da Última e da Primeira Verdade.

Quem luta pela ideia de "direita" é aliado da esquerda, pois é só mais uma palavra polissêmica, cujo sentido é variável, e quando representa uma "ideologia de direita" torna-se, assim, mais um braço da esquerda.

Ao cidadão que enfrenta o embate pela defesa da civilização para conservar desde a própria vida até os valores mais elevados da religião, da arte e da cultura herdada de seus antepassados, costuma-se distinguir da esquerda... com o termo "direita".

Para ser de direita, num dado contexto histórico, basta estar na necessidade de agir segundo o instinto de autopreservação, o que se convencionou denominar, na era pós-revolução de 1789, de "conservador", em oposição ao "liberal", o revolucionário que precedeu o "socialista".

Logo, ser de direita é ser não ideológico!

O fato de assumir posições de direita decorre de uma reação à invasão de bárbaros do pensamento e da ação social deletéria da esquerda.

Quid iustum? (Que é direita?)

Direita é uma definição negativa em relação ao que é ser de esquerda.

Direita é uma posição relativa, até a esquerda política tem sua "direita".

O meta-capitalismo (expressão criada por Olavo de Carvalho) é a suprema burguesia aliada ao estado totalitário, como já ocorre na China, o paraíso das elites comunistas e econômicas, a esquerda consuma-se nesta vil aliança político-econômica.

Neo-conservadorismo é coisa de americano, brasileiro quando quer conservar alguma coisa de sua tradição ancestral torna-se católico, ou ao menos um zeloso estudioso da história desta nação, desde a conquista romana da velha Ibéria lusitana.

Por fim, no sentido mais elevado da ideia de "direita", a única direita pela qual vale à pena lutar é aquela posição ocupada pelos que estão à direita de Nosso Senhor Jesus Cristo, o resto é tudo gente que acredita em ideologias baratas, que negam a sacralidade da vida humana em algum nível.

Werner Nabiça Coêlho - 17/08/2017


sexta-feira, 16 de junho de 2017

DIMENSÕES HISTÓRICO-PRÁTICAS DA INVESTIGAÇÃO NATURAL

A verdade é nosso primeiro amor, e dela termos experiência tão logo formulamos o princípio da não-contradição.
Carlos A. Casanova em sua obra "Física & realidade: reflexões metafísicas sobre a ciência natural", cuja tradução foi feita pelo físico e filósofo da ciência Raphael D. M. de Paola, descreve alguns aspectos muito interessantes a respeito das dimensões históricas e práticas da investigação natural, na qual demonstra que nossas indagações científicas são diretamente vinculadas ao que "nos foi transmitido no lar e na sociedade" (p. 141).

Carlos Augusto Casanova Guerra
Casanova define que a "autêntica atividade científica é uma atividade prática e institucional, orientada, por isso, a certos bens dos quais emanam regras", e que a "empresa científica" é o compromisso com a busca da verdade, por esta ser "uma atitude natural do espírito humano" (p. 144), para em seguida declamar que:


[...] A verdade é nosso primeiro amor, e dela temos experiência tão logo formulamos o princípio da não-contradição. Então, retrospectivamente, podemos dar-nos conta de que o que sempre amamos era o que já descobrimos. Feitas todas essas correções, diria que MacIntyre tem razão, que a ciência é um empreendimento prático e institucional (p. 144).

Do aspecto prático e institucional da atividade científica derivam cientificismo ou positivismo, dado seu caráter técnico e operacional, torna-se portador de valores contrários às "verdades fundamentais acerca da natureza humana e da sociedade sobre a ordem política pode acabar destruindo ou debilitando consideravelmente as condições históricas que fazem possível a ciência.” (p. 145).

Esta postura da ciência que entra em guerra com os valores humanos naturais torna necessária  uma "teoria ética não sofística", pois o "amor à verdade que está na raiz da atividade de investigação fecunda pode exigir muitas vezes um verdadeiro ascetismo" (p. 145), e relata que:

[... ]é necessário um grande desapego às próprias teorias dos demais para aceitar os resultados dos experimentos e fazer as observações com a amplitude que requerem as descobertas importantes. O cientista deve ter os olhos livres de vaidade e inveja, de más paixões e interesses baixos. 


[...] Nada retardará mais a decisão que deveria levar a uma reforma bem sucedida na teoria física que a vaidade que torna o físico demasiado indulgente cm seu próprio sistema e demasiado severo para com o de outrem (p. 145-6)

Casanova esclarece de forma clara que o cristianismo foi o provedor da condição de possibilidade da existência de uma ciência tal qual a conhecemos, pois:

sua postulação do começo temporal do mundo, da liberdade e transcendência de Deus e do ato criador, deixou aberta a possibilidade de uma investigação astronômica que rompesse na Cristandade latina com a astronomia teológica averroísta (p. 147).

A crise da ética na ciência aprofundou-se com Descartes, quando este postulou uma visão do mundo que recorreu ao "nominalismo ou ficcionismo das hipóteses" que influenciou de forma deletéria seus seguidores, pois tal método visou sobretudo  "lograr uma certa tolerância" politicamente correta entre as ciências e a teologia cristã, atitude que deixou de lado o rigor na busca da verdade em seu sentido metafísico e racional.

Tal postura frutificou, nos séculos seguintes, "uma atitude de desprezo pela sabedoria e pela verdade, substituídas pelo 'útil' e pleo 'progresso'", que na prática da ciência se configurou no ceticismo filosófico, que recusa estudar as causas em suas investigações físicas, e, com isso, se tornou predominantemente experimental.

Para concluir esta breve resenha deixo aos leitores uma síntese do progresso do materialismo:

"O progresso da ciência deu lugar de fato ao surgimento da metafísica materialista, ingênua certamente, mas que iria ter uma grande influência nos séculos XVIII e XIX, e por definição anti-teológica. O Deus dos cientistas […] o 'ser inteligente e poderoso' reverenciado por Newton nos Principia, quando apropriado pelos deístas do século XVII, já não mais dava primazia ou unidade ao cristianismo entre todas as religiões. A estratégia 'ficcionista' ou 'convencionalista' adotada por Descartes e proposta por Berkeley, a mais corrosiva de todas, converteu-se, em mãos dos filósofos seculares, como David Hume (1711-1776) e Emmanuel Kant (1724-1804), na origem de uma doutrina que era a uma só vez anti-racional e anti-teológica. Aplicada universalmente, como o foi inevitavelmente, deixou de ser uma defesa da Teologia contra a Ciência e converteu-se numa ameaça para todo o conhecimento, fosse racional ou revelado. (p. 147-8)

Werner Nabiça Coêlho - 16/06/2017

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

AFORISMOS E PENSAMENTOS VÁRIOS



Tenho uma certa desconfiança de que a filosofia grega foi mais um resultado da perda de sentido da religião pagã, em meio ao desenvolvimento econômico e cultural do mundo helênico, do que propriamente uma busca meramente intelectual, a filosofia quando bem operada destina-se a ser uma ferramenta de busca de sentido, mesmo que seja para negar o próprio sentido como fazia o Nietzsche, em suma, o amor à sabedoria decorre de uma busca do sentido inerente ao próprio saber.



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Liberdade não é uma realidade ontologicamente autônoma, é um direito vinculado a muitos e variados condicionamentos prévios, por isso que sua defesa implica em eterna vigilância



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A verdade é algo que possui uma essência própria, ou é somente o nome que se dá para uma opinião predominante? 

Um consenso coletivamente partilhado é a fonte da verdade, ou uma única pessoa pode ser o repositório de toda a verdade, não por ela possuir à verdade, mas por ser possuída por esta? 

Um conjunto de interesses parciais e organizados pode estabelecer algum nível de verdade, ou a verdade não está sujeita a nenhuma vontade? 

Podemos considerar que há uma postura mais ou menos conveniente em relação à verdade, ou esta não admite se objeto da vontade alheia? 

Afinal existe alguma verdade que seja validada somente por conveniências políticas, de grupos ou de pessoas, ou a verdade somente possui a conveniência de ser verdadeira para toda a eternidade?

A verdade é um princípio da realidade, ou ela é criada pelas circunstâncias de cada momento?

Só sei que a verdade é verdadeira, porque afirmar que a verdade em essência, ou em acidente, é uma mentira resulta numa petição de princípio, numa aporia lógica, isto é, se for válida a negação da existência da verdade, esta negação será verdadeira.

Como diria o poeta espanhol Antônio Machado (que conheci graças ao Olavo de Carvalho):


"La verdad es lo que es

y sigue siendo verdad,

aunque se piense al revés"



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O AMOR A DEUS É O MODELO DO AMOR FRATERNAL

Uma anotação que deixo a respeito do Diálogo Fedro, é que o amor definido por Sócrates, em seu mais alto nível, é o amor que se deve guardar pela contemplação da verdade, do bem, do justo e do belo no grau da pureza divina, e, que o eventual amor carnal entre os amantes do saber, é uma forma de apequenar e dessacralizar o amor ao saber, cuja origem é divinal, que deve ser cultivado e resguardado entre amigos, em suma, o saber é muito mais profundo quando associado à castidade, por ser um dever sagrado perante Deus.

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A TEORIA MIMÉTICA E O FEDRO DE PLATÃO.

Sócrates discorre a respeito do mito, e de sua natureza questionável do ponto de vista racional, o que dá a entender que naquele tempo histórico contemporâneo ao nosso filósofo, as verdades religiosas tradicionais estavam sendo duramente criticadas, vejamos:

"IV - Sócrates - Se, a exemplo dos sábios, eu não acreditasse, não seria de estranhar. Interpretação sutil da lenda fora dizer que o ímpeto de Bóreas a derrubou dos rochedos próximos, quando ela brincava com Farmaceia, e que as próprias circunstâncias de sua morte deram azo a dizerem que Bóreas a havia raptado." (229d) (p. 36)

Ora, este trecho revela-se perfeito, para análise com a utilização da chave explicativa de René Girard, pois descreve um mito em que há um bode expiatório (Oritia), e um deus (Bóreas) que personifica, neste caso, a multidão, que em sua fúria lança a vítima do rochedo, sem contaminar-se ritualmente com a violência bruta, pois utiliza-se de meios sagrados de imolação, e, por outro lado, a própria explicação dos sábios referidos por Sócrates, são um claro indício de um forte processo de dessacralização da religião ateniense, submetida à crítica racionalista que busca razões humanas para o surgimento das lendas.


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A MITOLOGIA DA ABSOLUTA AUTONOMIA DO EGO

Vivemos uma cultura fundada na mitologia da absoluta autonomia do ego, que resulta na autodestruição egocêntrica, e, na minha opinião descalça e nua, o remédio para esse mal está na busca da verdade religiosa e filosófica, preferencialmente ambas, mas cada uma destas buscas por si mesmas resultam nas únicas terapias eficazes, pois são meios de mirar corretamente no alvo do autoconhecimento que possibilita a autoconsciência, que por fim são os instrumentos para refinar a percepção objetiva do mundo e de sua beleza e bondade, com a reconquista da linguagem que possui a capacidade de comunicar verdades da vida, pois hoje a juventude é um estrangeiro em sua própria consciência.