A articulação do conhecimento é processada de infinitas formas e por meio de inúmeras ferramentas.
Um realista ingênuo como este escriba pode decidir-se a percorrer o
caminho da linguagem tal como sugerido por Aristóteles, em especial na
forma tão ricamente traduzida por Olavo de Carvalho, num crescendo que
sai da raiz fincada no complexo da realidade, um contínuo espaço
temporal tornado em realidade discreta pela percepção sensível, que se
projeta por meio de imagens em sonhos, que transladam a linguagem poética e sua unicidade estética.
O gosto artístico rompe-se em divergências opinativas, e a política
surge das posições retóricas que geram conflitos pelo predomínio de uma
das idéias.
A necessidade de auto-conservação permite o
estabelecimento de regras normativas à discussão, o que torna a briga em
debate, e a discussão em dialética, num torneio desportivo em que o
juiz é a razão que a tudo se propõe a igualar.
E, por fim, quando
os contendores se dão por satisfeitos estabelece-se o texto que regerá a
opinião comum dos doutores, que sob a desculpa de criar teses
científicas, acaba por coisificar a linguagem já tornada toda nua de
suas roupagens primaveris, mas não menos carregada de mitologia, pois
idéia regida pela imaginação permaneceu.
E esta é a Teoria dos
Quatro Discursos na qual Olavo de Carvalho definiu o Organon
Aristotélico como uma articulação, dinâmica na chave evolutiva e
estática na análise descritiva, de Poética, Retórica, Dialética e
Analítica, como quatro espécies de linguagem que se justapõem e se
entrelaçam no vórtice da comunicação.
Werner Nabiça Coêlho - 02/09/2016
Perfeita análise! Todos os discursos em um só, ordenadamente. Andronico teve trabalho para colher os escritos de Aristóteles.
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