sexta-feira, 29 de abril de 2016

A IDENTIDADE SUPREMA


A Identidade Suprema é Infinita porque é Deus.
Logo é possível afirmar que o princípio da identidade é fundamentado na realidade de Deus, e a fé e a ciência são abastecidos pelo mesmo princípio.
Não há como refutar o princípio da identidade, pois ele é o termo lógico que serve de critério de veracidade de qualquer coisa.
Defendo o realismo ingênuo, ou realismo não-crítico, postulo que a realidade objetiva é o dado absoluto, diante do qual a percepção subjetiva promove os diversos graus de conhecimento relativo, e essa relatividade é oriunda de nossas limitações perceptivas.
Não sei se existe a partícula de Deus, mas posso afirmar que existe o princípio da identidade.
A identidade é o símbolo discursivo que representa Deus na linguagem da lógica, pois o Uno é idêntico a Ele mesmo.
A realidade contingente é somente uma janela para vislumbrarmos o infinito, pois o conceito de absoluto é necessário para haver qualquer noção de algo relativo.
"O Sono da Razão produz monstros", de Francisco Goya.
A razão é um fenômeno irracional?
A linguagem é oriunda de algo irracional e é instintiva?
Então, por uma relação de causa e efeito a razão é instintiva e irracional em sua raiz, tal conclusão é o resultado do bruto materialismo cético.
  O ceticismo, seja em suas origens clássicas, seja em sua versão moderna cartesiana, é uma forma deficiente de encarar o mundo, pois castra voluntariamente a percepção humana, ao considerar a eventual limitação do poder do conhecimento humano como um dado absoluto, não como apenas uma parte do problema da realidade.
Não é crível que algo que exista seja simplesmente "irracional" ou "instintivo", há uma razão inerente à ordem do mundo, e nada é simplesmente um resultado de uma "irrazão", há mistérios, mas não mistérios irracionais no sentido da expressão: "sem razão de ser", estamos imersos em um Ser Supremo, dotado da sabedoria absoluta, numa realidade da qual participamos. 
Catarina de Médicis observa os mortos do Massacre de São Bartolomeu
 
É interessante que o drama existencial do filósofo Descartes transcorreu no período mais cruento das guerras de religião, entre reforma e contrarreforma, um fato que estimulou a opção pelo solipsismo filosófico como uma fuga, uma evasão, para o único ambiente na qual o fundador da filosofia moderna se achava psicologicamente seguro, sua própria mente.
  É irônico que nesta fuga cartesiana para o ceticismo elegeu-se o método da dúvida sistemática contra a objetividade do mundo, em favor de um criticismo subjetivista.
Ao contrário da topografia da ignorância socrática (termo que aprendi com o Olavo de Carvalho), Descartes desenvolveu o método da ignorância sistemática como fundamento da ciência e da ética.
Na Idade Moderna passou-se a ensinar que somos a própria “sarça sagrada” subjetiva, e se proclamou que todos somos dotados de uma subjetividade absoluta, de um "EU SOU" subjetivista criador do mundo das idéias verificáveis matematicamente.
O materialismo matematizante intelectualmente concatenado é única certeza capaz de suprir a proposta do ceticismo radical, perante a objetividade do mundo.
Assim, em nome da idéia solipsista, Descartes se julgou armado para cortar da perspectiva filosófica e científica Ocidental tudo o que fosse complicado demais para compreender somente com a mente calculadora, em um materialismo quantitativo que, por sinal, passou a ser para o cartesianismo o sinônimo de racionalidade, só aquilo que é mensurável é racional desde então.

Êxodo 3:14

Tentar provar que Deus não existe é o mesmo que tentar negar a existência da verdade ou do princípio da identidade, é tudo uma coisa só!
Coloquemos em poucas palavras: o princípio para que exista a ciência, é que seja afirmada a fé no princípio da identidade, na qual 01 (um) sempre é igual a 01 (um), ou seja, a identidade é a base para o princípio da mensuração, sem a qual não há como defender qualquer tipo de materialidade.
Para que o princípio da identidade seja eficaz ele precisa ser verdadeiro.
Para que a verdade seja real ela precisa ser dotada de um caráter de perenidade.
Logo, se há verdade, ela é eterna.
Assim sendo, se há eternidade então há algo eterno que dá sustentação à verdade, à identidade e à ciência, e isso caro amigo é a manifestação da fé nestes elementos, inclusive, todo o cientista guarda a mais pia fé em seu cabedal de conhecimentos, fé esta que é mais profunda do que aquela que o cientista tem na própria existência pessoal.
É o suficiente?
Agora fale o inverso...
Werner Nabiça Coêlho

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