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domingo, 1 de julho de 2018

Aforismos sobre a verdade e sua identidade com a realidade

Ser um cultor da verdade, necessariamente, nos lança no coliseu criado pelos servos da mentira, uma massa confusa e poderosa que necessita de bodes expiatórios.

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Toda e qualquer ideologia (liberal, socialista, positivista, etc.) é uma operação de guerra, em que a mentira politicamente correta pretende suplantar a verdade objetiva e transcendente, testemunhada pela realidade viva e presente diretamente perante nossos olhos.

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A verdade liberta a mente dos estribos da mentira, porque a verdade é uma revelação sobre a realidade criada por Deus, que por nos querer bem e nos amar como filhos não deseja nos dominar por puro egoísmo, enquanto que a mentira é uma negação da realidade, com o objetivo de turvar a mente e restringir a liberdade da sua vítima, em benefício de outro alguém terreno ou preternatural.

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A verdade possui identidade com a realidade, na medida em que a realidade é o fundo ontológico para que haja a descrição na forma de linguagem, simbólica e lógica, de algo verdadeiro, neste sentido é que podemos descrever uma verdade.

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Os seus sentidos percebem a verdade? Faça uma experiência: ao atravessar uma rua feche os olhos, e confie no seu eu subjetivo e sistemático, para chegar à salvo do outro lado.

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O que é a verdade? É a realidade imediata dos sentidos, é a realidade mediada pela inteligência, é a realidade subjetiva de um que se conecta com realidade subjetiva de outrem, não importa como, onde e quando, a realidade é a verdade, e ambas são frutos de uma Verdade transcendente e Real em nível verdadeiramente objetivo e absoluto.

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A verdade jamais é "construída" pois sua existência é transcendente, somente há verdade revelada, a sua compreensão é que comporta níveis diferenciados de subjetividade.

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mentira é fundamento da correção política que nega a verdade objetiva e o próprios fatos que a contestam.

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A verdade é a única coisa que vale à pena conservar, somente a mentira precisa ser convenientemente defendida por posições políticas e ideológicas.

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Quem a firma que a verdade é relativa, necessariamente, incide numa petição de princípio, pois ao afirmar que a verdade é relativa tem que considerar que é uma verdade em seu sentido absoluto. Logo, se é verdade que "a verdade é relativa", então é "absolutamente verdadeiro" que a verdade é relativa, tais afirmações sobre a verdade são contraditórias quanto à sua validade conceitual, assim sendo, a verdade ou é absoluta, ou não é verdade, relatividade existe quanto ao nível de ignorância sobre a verdade, isso sim.

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A negação da verdade em linguagem filosófica gera sofismas, que nada mais são que mentiras com retórica sofisticada.

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Verdade é o nome que se dá à correspondência entre realidade percebida e a descrição verbal desta percepção, e, considerando-se que a verdade está contida na própria realidade, cabe-nos gastar nossas palavras e desenvolvermos os conceitos necessários para nos aproximarmos da máxima conexão entre o objeto e a sua descrição, mas, é mais fácil inventarmos fantasias, que negam a concretude do real, ou seja, mentiras são fugas mentais, por meio de descrições sem correspondência em fatos, experiências, percepções ou razões fundadas no real, em outras palavras, para combater a veracidade instrumentaliza-se a mentira por meio de sistemas ideológicos em que idéias vazias de sentido são impostas no lugar da vida concreta e cotidiana.

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Palavras de ordem são a forma mais tola de retórica, quando as palavras gatilho são desarmadas por simples estímulos ao raciocínio a inteligência se manifesta involuntariamente nas vítimas do hipnotismo ideológico, mas, logo, em seguida, à falta de argumento começam a proferir o mantra: "fascista, fascista"!

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O que torna a situação do cultor do relativismo uma peça de humor negro é que para poder defender sua posição, necessariamente, sua postura psicológica tende a ser cada vez mais dogmática, pois quanto mais se evidencia a falta de fundamentação de sua tese mais intolerante com a posição contrária se torna, daí o relativista fica incapaz de compreender uma refutação racional e probatória, pois perdeu a humildade de um buscador da verdade uma vez que já se tornou um tipo de senhor da verdade relativa.

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Estou absolutamente certo de que a verdade é absolutamente relativa à realidade.

A verdade é relacionada à realidade, a realidade é o material probatório que confirma a verdade declarada verbalmente.

Digamos assim: a realidade é composta de coisas verdadeiras e a descrição verbal adequada dessas coisas é o que designamos de verdade.

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A poesia é o nosso primeiro contato com a verdade, a verdade da beleza.

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Está muito comum essa ligação da palavra relação com o sentido de relatividade, quase não se utiliza a mesma em seu sentido de nexo ou conexão.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

WOLFGANG SMITH: A TEORIA ECOLÓGICA DA PERCEPÇÃO VISUAL DE GIBSON

Wolfgang Smith

"Ora, ocorre que, mesmo de um ponto de vista 

estritamente científico, 

a concepção reducionista do observador 

acaba enfim por ser indefensável.

Tomemos o caso da percepção visual: 

mantendo-se de acordo com a opinião predominante, 

Hawking supõe que a visão se reduz a uma função do cérebro. 

Ele nos conta, por exemplo, que o cérebro humano 

"lê uma gama bidimensional de dados 

vindos da retina e cria a partir deles, 

a impressão de um espaço tridimensional" (47). 

Esse preceito, porém, já foi desafiado criticamente 

por um cientista empírico chamado James Gibson, 

http://slideplayer.es/slide/5404573/

com base em descobertas experimentais 

coletas por meio do que, talvez até hoje, 

foi a pesquisa mais exaustiva acerca da natureza 

da percepção visual. 

O que os experimentos de Gibson trouxeram à luz 

foi o fato decisivo de que 

a percepção não se baseia em uma imagem retiniana 

(como haviam quase todos presumido), 

e sim em informações dadas no arranjo ótico ambiente, 

que especifica, entre outras coisas, 

a estrutura tridimensional do ambiente. 

http://es.slideshare.net/pepeh/63-teora-sobre-la-percepcion-del-ambiente-victor-hugo-castillo

Parece que nosso sistema visual 

não foi projetado simplesmente para receber imagens retinianas,

mas para vasculhar esse arranjo ótico ambiente 

e extrair dele aquilo que Gibson chama de invariantes. 

São essas invariantes que, em verdade, são percebidas, 

o que significa que o percepto não é construído, 

e sim objetivamente real; 

não está meramente "dentro da mente", mas fora dela, 

como a humanidade, com efeito, sempre supusera. 

Isso quer dizer que o que é percebido 

não é uma imagem visual, seja retiniana, cortical ou mental, 

e que a chamada terceira dimensão, 

em particular, 

não é diferente das outras duas; 

ela não precisa ser construída 

- por meio de um processo que ninguém, 

mesmo remotamente, jamais foi capaz de conceber - , 

mas, com efeito, é percebida diretamente, 

assim como todas as invariantes.




Embora amplamente discutido e jamais refutado, 


[...] as descobertas empíricas de Gibson 

bastam para invalidar 

a concepção reducionista do observador humano, 

sobre a qual a noção de realismo modelo-dependente se baseia."


SMITH, Wolfgang. Ciência e mito: com uma resposta a O Grande Projeto, de Stephen Hawking. Tradução Pedro Cava. 1.ed. CEDET: Campinas, 2014, p. 226-7.

domingo, 16 de outubro de 2016

É BOM CITAR: BENTO XVI E O SUBJETIVISMO CARTESIANO


A humildade de quem estuda está em reconhecer que se existe uma boa idéia esta já foi pensada anteriormente, lá pelas tantas, depois de escrever muito sobre o subjetivismo cartesiano, deparo-me com estas passagens de nosso Papa Bento XVI, citado pelo Padre Fabiano Micali, D'Oratório na introdução à obra "O Purgatório" do Padre Faber:

[...] "nenhum homem é uma mônada fechada em si mesma. As nossas vidas estão em profunda comunhão entre si; através de numerosas interações, estão concatenadas uma com a outra. Ninguém vive só. Ninguém se salva sozinho. Continuamente entra na minha existência a vida dos outros: naquilo que penso, digo, faço e realizo. E, vice-versa, a minha vida entra na dos outros: tanto para o mal como para o bem (Spes Salvi, n. 48)" (p. 23)

[...] "vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que toma com última medida apenas o próprio eu e as suas vontades" [...] "segundo o qual tudo equivale e não existe verdade alguma, nem qualquer ponto de referência absoluto, não gera a verdadeira liberdade, mas instabilidade, desorientação, conformismo às modas do momento" [...] "ameaça ofuscar a verdade imutável a respeito da natureza do homem, do seu destino e do seu bem derradeiro" (p. 24)

Frederick William Faber

Padre Fabiano prossegue referindo que "uma visão redutiva da realidade ao 'afirmar que o ser humano nada pode conhecer com certeza, para além do campo científico positivo'" (loc.cit.), e que:



"Um homem cuja medida da sua existência é a técnica, é um homem condenado os limites da sua técnica; condenado aos seus limites, condenado a si próprio. E com não é natural que encontre toda a sua satisfação em si mesmo, este homem está condenado à sua insatisfação; e, finalmente, à solidão, à angústia e também ao desespero. Porque a liberdade e a dignidade humana não são bens que se possam viver pela metade. Ou tudo ou nada! É impossível ao homem construir sua vida com dignidade e, ao mesmo tempo, mantê-la em liberdade sob o relativismo, que reduz o homem à total dependência de si próprio, ou seja, à escravidão de si próprio." (loc.cit.)

FABER, Frederick William. O Purgatório. Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo - Campinas, SP : Eclesiae, 2013.