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domingo, 24 de dezembro de 2023

SÓ SEI QUE O ANO VELHO, MESMO RUIM, AINDA É MELHOR QUE O ANO NOVO QUE VIRÁ!

Vivenciamos a primeira depressão econômica "do amor" no período 2015/2016, passamos pelo freio de arrumação realizado no governo tampão de Michel Temer, que entre outras coisas, promoveu a criação do antigo teto fiscal e da lei das estatais, por conta do então recente impacto dos escândalos de corrupção petistas.

Sobrevivemos economicamente à pandemia, pois, afinal, o presidente Bolsonaro é um especialista em sobrevivência, e, agora, estamos caminhando para a segunda depressão econômica "com muito mais amor", os limites de gastos públicos foram revogados e as estatais voltaram a ser uma presa da politicagem corrupta.

Sobre o presidente Bolsonaro tenho algumas reflexões oriundas de algumas opiniões que tenho ouvido aqui e ali, principalmente, de alguns intelectuais conservadores que afirmam que o mesmo foi um fracasso em termos de exercício de poder e um covarde por não ter conseguido mudar o Brasil.

O fato histórico, e diria, milagroso, que mudou nossos rumos históricos foi a tentativa de assassinato político que ocorreu em 06/09/2018, afinal um homem de 63 anos de idade ser esfaqueado em uma via pública lotada de gente, sofrer perfuração do intestino, sofrer perda massiva de sangue e sobreviver para prosseguir uma campanha política acirrada, e, ainda, seguir em combate por 4 anos de um governo que enfrentou a máquina de moer reputações tanto da imprensa, quanto da política, em meio a diversas calamidades universais e mesmo locais, vide a tragédia de Mariana, não é para qualquer um.

Imagino um homem que sofreu tal tipo de atentado, que além do caráter mortal, ainda lhe deixou durante quase 05 meses sofrendo todos os incomodos de uma bolsa de colostomia, além de diversas intervenções cirurgicas, e, cogito também sobre as sequelas psicológicas relacionadas aos traumas que eventualmente se instalaram na mente desse homem, que foi ferido durante uma batalha que deveria ser somente de palavras.

O período do governo Bolsonaro nos revelou alguns "milagres" inauditos até então, descobrimos que o serviço público federal quando bem gerido é um sistema de governança eficiente, percebemos que há dinheiro para fazer frente às despesas e investimentos públicos e que obras paradas por décadas poderiam ser concluídas, e bem construídas.

Vislumbramos que é possível um governo não se render à corrupção e que promova ações favoráveis ao Povo, tal como a redução de impostos e a responsabilidade fiscal, mas, sobretudo, um governo que presou pelas liberdades fundamentais.

Mas a máquina escrota do poder corrupto uniu forças, venceu a eleição, revogou todas as regras que haviam sido estabelecidas para frear o "toma lá dá cá", e vivenciamos uma invasão vertical dos bárbaros que vem desde o topo da pirâmide, na qual a classe endinheirada esquerdista/centrista lança suas garras sobre a poupança, a renda e o trabalho do Povo, restaurando-se uma velha tradição herdada das cortes de Lisboa de nos considerar como uma boa "vaca leiteira", tradição esta que fora suspensa por milagrosos 04 anos que cada vez mais deixarão saudades conforme o atual estado de coisas se deteriore.

Agora nosso dever é sobreviver à próxima depressão econômica amorosa que se avizinha, na qual uma reforma tributária causará a queda da arrecadação para níveis alarmantes, a atual gestão pública colapsará tudo, todos e "todes", e, particularmente, vou ficar achando que toda a desgraça que sobrevirá ainda será pouco, mas, o que dizer? Sobrevivamos, sobrevivamos!



domingo, 29 de março de 2020

UMA REFLEXÃO SOBRE NOSSO ATUAL "ESTADO DE SÍTIO"

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, fogo, noite e atividades ao ar livre

O fechamento de fronteiras internacionais e divisas locais estaduais e municipais, a suspensão do direito individual de direito de ir e vir, base para a livre iniciativa, o trabalho e a liberdade, são medidas inerentes ao "estado de sítio", e este é um recurso típico de tempos em que uma nação enfrenta a guerra total, que determina a mobilização de todos os recursos e vontades para sua salvação.

Ao longo da Idade Média foi construído o governo centralizado no rei, que teria o encargo de promover a defesa territorial contra agressões externas, e, em troca, a sociedade representada nos grandes senhores feudais e nas cidades comerciais forneceriam os recursos necessários para o financiamento do empreendimento guerreiro, esta é a origem dos "tributos" e da ideia de mobilização nacional com fundamento em uma lei marcial (estado de sítio).

Entre os séculos XV e XVII as grandes guerras europeias mobilizaram povos e nações, uma era de guerras religiosas de mobilização total, que dividiram famílias e resultaram em milhões de mortos e numa devastação inédita até então, principalmente em seu auge durante a guerra dos trinta anos, a primeira fase de guerra ideológica no Ocidente, que desenhou o mapa da Europa Moderna e estabeleceu definitivamente os limites dos principais Estados nacionais europeus.

Entre meados do século XVII e até quase ao final do século XVIII as lutas internacionais tornaram-se questões ditadas por interesses de expansão colonial ou de sucessão dinástica, um período de estabilidade sócio-econômica que favoreceu o crescimento de uma classe média e permitiu o desenvolvimento de uma sociedade letrada, que se julgava portadora da luz da razão.

Os cafés de Paris, na fase anterior à explosão revolucionária iniciada em 1789, serviam de plataforma de disseminação de novidades e boatos, de sonhos quiméricos e articulações políticas, a imprensa surge como agente politico por meio de panfletos e jornais, sendo Voltaire o símbolo maior de uma nova era em que celebridades da mídia seriam formadores de opinião para o bem, e, principalmente, para o mal.

Os franceses, na tentativa malsucedida de copiar a revolução americana, criaram dois conceitos fundamentais e relacionados para a modernidade:

- Estado totalitário, que se fundamenta na política do terror e do genocídio legalizados, em nome da democracia revolucionária;

- Guerra total, com o consequente alistamento obrigatório e mobilização de toda produção nacional para o esforço de guerra;

Ao longo dos séculos XIX e XX as ferramentas inerentes à burocracia totalitária e à guerra total andaram de mãos dadas para estabelecer rotineiramente a lei marcial aos povos e nações, seja por parte dos governos agressivos quando por parte dos povos agredidos, lembre-se que mesmo nos EUA houve permissão para um terceiro mandado de Franklin D. Roosevelt durante Segunda Guerra Mundial.

Ao longo dos últimos séculos sempre foi pressuposta uma ameaça real e mortal para ativar a máquina da guerra total, e da política totalitária que a acompanha com aplicação da lei marcial, que submete os cidadãos à disciplina draconiana.

A tecnologia de comunicação migrou do suporte impresso em celulose (jornais e revistas) para uma nuvem eletromagnética de dados áudio-visuais.

Agora não mais se faz necessário que haja ameaças reais, bastam ameaças virtuais para ativar a lei marcial (estado de sítio).

O governo não mais precisa ativar a burocracia para impor o terror de forma oficial, bastam as técnicas de manipulação psicológica, como no caso em que se utiliza a técnica do argumento de autoridade (OMS, ciência, especialistas, estatísticas), por meio do bombardeio midiático, para instilar o medo e o pânico na população.

Hoje assistimos autoridades constitucionalmente incompetentes decretarem a "lei marcial" contra o inimigo invisível.

O cidadão está com suas garantias fundamentais suspensas, por imposição de simples decretos, e cada ato deste é um ato de secessão política contra a unidade federal brasileira.

A nova ideologia totalitária agora tem base médico-socialista, esquece-se que o médico cuida de um paciente de cada vez, não da sociedade como um todo, o médico depende de insumos para trabalhar, a sociedade improdutiva só proverá escassez e morte.

Quem imaginaria que o novo Estado Igreja, um conceito de Gramsci para retratar o partido comunista em sua supremacia hegemônica, seria a Organização Mundial da Saúde - OMS, sob cujos decretos até mesmo a Igreja se submeteria?!

Estamos na quaresma e o mundo entrou no deserto da guerra total contra o medo da morte de uma gripe, que nos conduz para as variadas mortes causadas pela desnutrição e pela depressão.

A dor é uma excelente mestra, se até mesmo Deus encarnado padeceu sua Paixão, é muito adequado do ponto de vista simbólico que a humanidade assista agora aos inumeráveis Pilatos a lavarem suas mãos, e decretarem a morte de infinitos cordeiros em nome de uma salvação neste mundo.

O Brasil e o mundo experimentam todos os efeitos da guerra total, todos estamos submetidos à lei marcial, o crime é o fundamento de todas estas medidas absurdas, o acerto de contas virá em seu devido tempo.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

AS CORES DA BANDEIRA DO BRASIL


A escolha de nossas cores nacionais não foi um mero capricho do Príncipe Regente. É que o significado das cores elegidas para representar um grupo, um povo ou uma nação, tem sempre profundas raízes históricas que a tradição mantém vivas.



O VERDE - Do verde, como cor distintiva de um povo, há referências que remontam a mais de dois mil anos. Segundo velhas crônicas, os antigos lusitanos arvoraram uma bandeira quadrada branca, servindo de campo a um dragão verde. O curioso é que esta figura mitológica, vencendo as barreiras do espaço e do tempo, iria aparecer no projeto da nossa primeira Bandeira Nacional, criada por Debret, em 1820. E mais: perduraria até nossos dias, como emblema regimental dos nossos Dragões da Independência.




Por que o verde fora escolhido pelos lusitanos, uma aguerrida raça de pastores, simples, mas ardorosos amantes da liberdade, os mais fortes dentre os mais fortes dos iberos? Seria a lembrança natural da cor dos ramos que por primeiro agitaram como insígnia? Os dos majestosos carvalhos das encostas da Serra da Estrela, onde o legendário Viriato comandara a heróica resistência de seu povo contra as legiões romanas? O certo é que o verde, desde aqueles tempos ancestrais, lembra as lutas libertárias, as grandes conquistas e, acima de tudo, a esperança e a liberdade.


Viriato, Rei dos Lusitanos


Na sua agitada guerra contra os mouros, os portugueses adotaram o verde primitivo dos lusos como suas cores nacionais e este era o matiz da famosa "Ala dos Namorados", a destemida vanguarda de sua Cruzada. Verde era igualmente o estandarte de Nun'Álvares, arvorado na batalha de Aljubarrota.





Verde seria, muito tempo depois e nestes sertões do Novo Mundo, o pendão do nosso bandeirante Fernão Dias Pais Leme, o Governador das Esmeraldas.




O AMARELO - Desta cor se sabe que passou a figurar, a partir de 1250, no brasão de armas de Portugal, logo depois da conquista do Algarve. Assim, em ouro (amarelo), são os castelos que representavam as fortalezas tomadas aos mouros. O amarelo recorda, ainda, as cores do Reino de Castela, ao qual, por muito tempo, Portugal pertenceu, até sua independência. E uma esfera armilar de ouro sobre campo azul vem compor as armas do Reino do Brasil.




Em 29 de setembro de 1823, o nosso agente diplomático junto à Corte de Viena descrevera a Metternich a bandeira do novo Império do Brasil. Sobre as suas cores dissera que D. Pedro I escolhera o verde por ser esta a cor da Casa de Bragança; e a amarela, "a Casa de Lorena, que usa a Família Imperial da Áustria". A Casa de Bragança procedia de D. Pedro I, antes mesmo de rei, quando ainda simples mestre da Casa de Avis. Aquela Casa reinaria durante 270 anos, desde 1640 até o fim da monarquia portuguesa, em 1910.

O verde é a cor da figura principal do nosso primeiro brasão, as Armas do Estado do Brasil - inspirado na árvore que lhe deu nome.


Bandeira da Fundação

O AZUL E O BRANCO - A referência mais antiga sobre estas cores vem de fins do século XI, quando foram adotadas como cores do Condado Portucalense, fundado em 1097. D. Henrique de Borgonha criou, com insígnia, uma bandeira também chamada Bandeira da fundação: uma cruz esquartelando um campo branco em partes iguais.




São estas mesmas as cores que o seu filho, Afonso Henriques, levará à batalha do Ourique, arvoradas na bandeira paterna. Após as primeiras vitórias sobre os mouros, Afonso Henriques lhe modifica o desenho mas mantém as cores, o mesmo azul-e-branco que Luís de Camões defendeu como soldado e exaltou como poeta, "braços às armas feito, mente às Musas dado".


Bandeira das Quinas

Nos séculos XV e XVI, as naus portuguesas ostentam, ao lado da bandeira oficial, muitas outras de caráter mais restrito: além da bandeira da Ordem de Cristo, a mais importante é a do Comércio Marítimo, que consta de um campo azul com 5 besantes de prata. Besantes são figuras heráldicas que assim se chamam por simularem as "moedas de Bizâncio", as antigas moedas bizantinas de outro e prata. Esta bandeira - a do Comércio Marítimo, ou das Quinas - aparece em dos primeiros mapas do Brasil, feito em 1534.



LUZ, Milton. A história dos símbolos nacionais: a bandeira, o brasão, o selo, o hino. Senado Federal: Distrito Federal, 1999, p. 16-17

domingo, 20 de agosto de 2017

VIRIATO E A LUTA LUSITANA CONTRA ROMA, por Césare Cantú



Na Espanha ulterior, P. Cornélio Cipião, Póstumo e outros mais (195-179) subjugaram os lusitanos, os turdetanos e os vacianos (Portugal, Lião e Andaluzia), e os romanos puderam vangloriar-se de terem subjugado tôda a Península.

Porém um domínio de ferro não permitia que a paz ali durasse um longo tempo. Os romanos consideravam a Espanha como esta, séculos depois considerou a América, isto é, como um país de que se tratava de tirar a maior quantidade de ouro possível. O triunfo mais glorioso era o do general que trazia mais dêste metal em barras. Além disso, os procônsules mandados àquela província para lá conterem êsses leões encadeados, porém não domados, ali saciavam a sua própria avareza, exercendo o monopólio de cereais e causando a fome no país.

Os vencidos encontraram um vingador no lusitano Viriato. A guarda dos rebanhos e a caça tinham feito dêle um excelente chefe de bandos. Êle conhecia tôdas as passagens, a menor sebe, o fôsso mais ínfimo; um instante lhe bastava para reunir sua gente que também ràpidamente dispersava. Apenas acabava de se bater contra o inimigo no fundo de um vale, logo o viam provocá-lo por insulto no alto de alguma montanha. Auxiliado pelos povos da Espanha citerior e principalmente pelos numantinos, êle dirigiu as suas vistas para um ponto mais elevado do que poderia esperar dum chefe de guerrilhas e se decidiu a confederar os lusitanos com os celtíberos, único meio, para a Espanha, de poder fazer frente aos romanos.

Guiando os seus, de vitória em vitória, derrotou sucessivamente cinco pretores. Porém Metelo, o Macedônio, o mesmo que dizia: Se minha túnica soubesse o penso, queimá-la-ia, frase muitas vêzes repetida depois, se lhe opôs com êxito.  Tendo um dos principais cidadãos de Nertobriga, cercada então pelos romanos, saído da cidade para se lhes entregar, os sitiados, para dêle se vingarem, colocaram sôbre a muralha sua mulher e seus filhos, expondo-os aos tiros do inimigo; porém Metelo mandou suspender o ataque e renunciou a uma conquista certa. Êste ato de humanidade atraiu ao seu partido a Espanha terragonesa que se apressou a submeter-lhe. Porém, no meio dos seus triunfos, soube que era chamado a Roma e que lhe davam por sucessor Quinto Pompeu, homem obscuro e seu inimigo particular. Longe de ter a generosidade de sacrificar o seu ressentimento ao interêsse público, êle procurou desanimar o exército, deixando esgotar os armazéns, morrer os elefantes e até mandando quebrar os dardos. Contudo, existia ainda um corpo de exército temível se Pompeu não tivesse comprometido o estado das coisas pela sua temeridade; de tal modo qu Viriato conseguir cercar o procônsul Fábio Serviliano. Êle teria podido passar suas legiões a fio da espada; ofereceu-lhe, contudo, a paz com a única condição de que os romanos, guardando o resto da Espanha, o reconheceriam senhor do país sôbre o qual dominava. O senado confirmou o tratado e Viriato adquiriu assim o que desejava, um reino independente à custa da república romana.

Teria podido tornar-se o Rômulo da Espanha, porém, Servílio Cipião, cônsul sem consideração, solicitou de Roma a permissão de romper a paz; obteve-a e, vendo que não conseguia por meio dos pequenos insultos por êle postos em prática, impelir Viriato a uma ruptura, declarou-lhe abertamente a guerra, sem razão nem pretexto e devastou o país. Depois de diversas alternativas, Viriato viu-se obrigado a pedir a paz. Cipião, exigindo-lhe que entregasse os que tinham excitado certas cidades à revolta, êle se submeteu a essa infame condição, ainda que seu sogro fôsse do número dos exigidos, e sofreu que lhes cortassem a mão direita; porém, quando o cônsul, tornado mais audaz, exigiu que desarmasse as suas tropas, Viriato, retomando a sua cólera varonil, recomeçou as hostilidades. Contudo, como não desesperava de obter a paz, não cessava de enviar ao cônsul oficiais encarregados de se entenderem com êle. Cipião corrompeu alguns dêles que assassinaram o valente lusitano. Voltaram ao campo dos romanos para reclamarem sua recompensa; porém o cônsul lhes respondeu que os generais de Roma estavam pouco dispostos a recompensar os assassinos do seu próprio general, e que o mais que podia fazer era conceder-lhes as vidas. Pela sua vez o senado recusou as honras do triunfo ao infame Cipião.

Césare Cantu, História Universal, vol. 04, São Paulo: Editora das Américas, 1961, p. 435-8

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

NOSSAS FORÇAS ARMADAS SÃO COMO UM LEÃO SEM JUBA



A proclamação da independência do Brasil gerou uma guerra entre as forças imperiais e as forças leais a Portugal, o período da regência enfrentou uma série de guerras civis por dez anos no Brasil, de Norte a Sul.


Tivemos um guerra em nossas fronteiras durante o ápice do Poder do 2º Reinado Imperial. A proclamação da República gerou conflitos internos até o estabelecimento do Estado Novo, este teve que lutar contra as intentonas integralista e comunista e na sequência participamos da segunda guerra mundial... 

Então foi dado o contragolpe de 1964, e o máximo que nossos soldados e Generais tiveram que fazer foi esmagar um grupo irrelevante do ponto de vista militar, e, desde então, as forças armadas envelheceram e se acomodaram na paz e quietude do serviço público e perderam o verniz que se adquire na experiência de combate oriunda dos grandes conflitos, apequenaram-se na rotina da repartição em que se tornou o quartel, sujeitando-se à perda fisiológica de testosterona típica do leão derrotado, sem juba, sem harém, sem força, sem vontade de lutar.

Nosso exército democrático parece aquele descrito por Tocqueville, uma coleção de velhos decrépitos e temerosos, acomodados em suas patentes que tantos anos e esforços custaram na mansidão da paz... mas, nós sabemos qual é o destino de quem é muito manso...

Werner Nabiça Coêlho - 30.01.2017

domingo, 5 de fevereiro de 2017

É BOM CITAR: DISTINÇÃO ENTRE COETANEIDADE E CONTEMPORANEIDADE





[...] É isto a geração: uma variedade humana no sentido rigoroso que ao conceito de "variedade" dão os naturalistas. Os membros dela vêem ao mundo dotados de certos caracteres típicos, disposições, preferências que lhes emprestam uma fisionomia comum, diferenciando-os da geração anterior.

Mas esta idéia inocula súbita energia e dramatismo ao fato tão elementar como inexplorado de que em todo presente coexistem três gerações: os jovens, os homens maduros, os velhos. 

Porque isto significa que tôda atualidade histórica, todo "hoje" envolve em rigor três tempos diversos, três "hoje" diferentes, ou, em outras palavras, que o presente é rico de três grandes dimensões vitais, as quais convivem alojadas nêle, queiram ou não, travadas umas com as outras e, por fôrça, como são diferentes, em essencial hostilidade. 

"Hoje" é para para uns vinte anos, pra outros quarenta, para outros sessenta; e isso, que sendo três modos de vida tão diversos, tenham que ser o mesmo "hoje", declara sobradamente o dinâmico dramatismo, o conflito e a colisão que constitui o fundo da matéria histórica, de tôda convivência atual. [...] 

Todos somos contemporâneos, vivemos no mesmo tempo e atmosfera, mas contribuímos para formá-los em tempo diferente.



Só se coincide com os coetâneos. Os contemporâneos não são coetâneos; urge distinguir em história
entre coetaneidade e contemporaneidade.

Alojados num mesmo tempo externo e cronológico convivem três tempos vitais diversos.

É isto o que costumo chamar o anacronismo essencial da história.

Graças a êsse desequilíbrio interior se move, muda, roda, flui.


Se todos os contemporâneos fôssemos coetâneos, a história se deteria anquilosada, putrefacta num gesto definitivo sem possibilidade de inovação fundamental alguma. (p. 26-7)


ORTEGA Y GASSET, José. Que é filosofia? : obras inéditas . 1ed.. Rio de Janeiro: Ed. Livro Ibero-Americano Ltda, 1961.

sábado, 21 de janeiro de 2017

UM DESEMPREGADO É ALGUÉM QUE PROCURA ORDENS!



Felipe G. Martins traduziu (1) o discurso de posse de Donald Trump , e, entre tantas passagens memoráveis, destaco um momento na qual fica muito evidente o renascimento da linguagem objetiva que descreve verdades da vida, cujo sentido é fundador de uma ordem superadora da guerra e da crise:

"Tenham certeza de uma coisa: nós não iremos falhar; nosso país irá progredir e prosperar. Não mais aceitaremos políticos que só sabem falar e que jamais colocam a mão na massa. A era dos discursos vazios chegou ao fim. É chegada a era da ação! É chegada a era de quem se preocupa menos com discursos e mais com resultados! "

Toda a campanha presidencial de Donald Trump foi, em essência, um resgate do poder da linguagem como instrumento de intervenção na realidade, pois conforme a chave explicativa de Eugen Rosenstock-Huessy (1888-1973), para quem a "linguagem faz transpor o caos da natureza, as contendas entre mero indivíduos, sua falta de continuidade e liberdade" e "cria paz, ordem, continuidade e liberdade" (p. 73)
 
O que Donald Trump fez, e continuará a realizar, é refundar a linguagem sadia, objetiva, realista, comunicacional e formal, cuja função é (re)criar formas de convivência civilizada, cuja linguagem foi sistematicamente esvaziada de sentido pelo ataque da ideologia deformadora do "politicamente correto", ou seja, Trump é o agente responsável por dar as ordens verbalizadas que orientarão a ação material da sociedade americana, carente de ordens que transformam linguagem em ação, e ação em obras, pois boas ações e  boas obras necessitam de boa linguagem, afinal, como diria Eugen Rosenstock-Huessy:

"Um desempregado é alguém que procura ordens e não encontra ninguém que lhas dê. Por que as procura? Porque ordens cumpridas dão direitos. Se faço por conta própria uma imagem de barro, não posso exigir que me dêem dinheiro por isso. Mas, quando recebo ordens para fazer imagens de barro, estabeleço uma reinvindicação. As respostas às ordens dadas fundam direitos. Os milhões de desempregados dos anos 30 esperavam alguém que lhes dissesse o que fazer. Na guerra, dá-se exatamente a discrepância oposta. Nela não escutamos o inimigo. Na crise, não encontramos quem nos diga o que fazer. Na guerra, há muito pouca vontade de escutar; na crise, pouquíssimas pessoas querem dar ordens, falar fundadas no poder original da linguagem, no poder de direção." (p. 60)

Referência:

Eugen Rosenstock-Huessy (1888-1973) A origem da linguagem; edição e notas Olavo de Carvalho e Carlos Nougué: introdução, Harold M. Sathmer e Michael Gorman-Thelen: tradução Pedro Sette Câmara, Marcelo de Polli Bezerra, Márcia Xavier de Brito e Maria Inêz Panzoldo de Carvalho. - Rio de Janeiro: Record, 2002.


Werner Nabiça Coêlho - 21.01.2017

domingo, 15 de janeiro de 2017

Era uma vez um monge irlandês do século IX...



Era uma vez um monge irlandês do século IX, que anotou no pé da página um belo poeminha de um amante das letras:
 
Eu e Bichano, meu gato,
Praticamos o mesmo ato;
Caçar rato é sua alegria,
Caçar palavra, minha agonia.

Mas dá muito gosto ver
Trabalharmos com prazer;
Em casa, sempre ao batente,
Juntos, distraímos a mente.

Ele prega o olho no muro,
Esperto, enxerga no escuro;
Eu prego o olho no papel,
E do saber sou um réu.

Assim, vivemos em paz,
Eu e Bichano, meu ás;
Lado a lado pela vida,
Cada um na sua lida.


Fonte:

Thomas Cahill, Como os irlandeses salvaram a civilização, Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 1999.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O MARTÍRIO VERMELHO DOS ARMÊNIOS

Monte Ararat - Armênia
A Armênia foi a primeira nação a proclamar o cristianismo como religião de Estado no ano de 302, e, segundo a tradição armênia, o cristianismo foi introduzido no país desde suas origens por dois discípulos de Jesus Cristo, os apóstolos Bartolomeu e Tadeu, e, por volta do ano 200, o cristianismo já se encontrava bastante difundido entre os armênios.


A Armênia é uma nação cuja história é digna de prosa e verso em estilo épico, pois além de ter sido a primeira nação cristã, foi este povo, juntamente com a Irlanda, responsável pela preservação da cultura clássica em meio aos desastres das invasões bárbaras, como, também, foi uma das propagadoras missionárias da verdade cristã.

Jean Pierre-Alem em seu precioso livreto intitulado A Armênia, relata a tentativa do rei Persa impor a conversão dos armênios ao culto do fogo,  realça que o cálculo deste rei era sobretudo político, pois o mesmo "julgava que essa conversão afastaria definitivamente os armênios de Bizâncio e lhes tiraria qualquer possibilidade de executar um desses rompimentos de aliança dos quais eles haviam dado tantos exemplos num passado recente."





Os armênios numa resolução unânime expressaram submissão política, mas afirmaram sua fé cristã, nos seguintes termos:

Nada nos moverá de nossa fé, nem anjos e nem homens, nem espadas e nem águas, ou qualquer outra violência imaginável. Nossos bens e nossas posses estão a tua disposição; podes usa-los como bem entenderes. Desde que nos concedas a liberdade de crença, tu serás nosso único senhor na terra, assim como Cristo é nosso único Deus no céu. Se porém exigires de nós mais que isso, eis nossa decisão: nossas vidas estão em tuas mãos…; tu tens a espada, nós a cerviz…Tombaremos como mortais que somos e passaremos às fileiras dos imortais…É inútil querer negociar o que é inegociável. Nossa fé não tem origem humana e nossas convicções sobre ela resultam de uma experiência amadurecida. Somos inseparavelmente unidos ao nosso Deus. Nada poderá romper essa união, jamais e em tempo algum. ( Loureiro, Heitor. Breve histórico dos primórdios da Igreja Apostólica Armênia. In: Rhema. Juiz de Fora: v. 13, n. 40, 2006.)

Este ato de defesa da fé cristã enfureceu o rei dos reis, que convocou os príncipes armênios, e estes optaram pela apostasia, para em seguida voltarem a seu país acompanhados de 760 magos persas, e, ao cruzarem a fronteira, o povo armênio atacou e dispersou os sacerdotes masdeístas, e, como qualquer político diante da fúria de um povo indignado, submeteram-se à vontade da multidão de cristãos e renegaram a conversão pagã.



Diante desta situação, a Armênia preparou-se para sofrer o ataque persa, e a resistência foi confiada a Vardan Mamikonian.

Bizâncio omitiu-se de enviar qualquer auxílio, mesmo após insistentes pedidos de Vardan, e, assim, um exército de 60.000 homens da Armênia foi levantado, para enfrentar um inimigo superior, numa luta desesperada.

O combate travou-se na planície de Avarair, no dia 02 de junho de 451. Os armênios foram vencidos e Vardan Mamikonian, morto.


Mas as perdas persas foram consideráveis. O rei dos persas que devia, além disso, sustentar uma guerra difícil contra os hunos, ao norte de seus Estados, mostrou-se relativamente conciliador. Mandou prender e torturar alguns padres, deu à Armênia um novo marspã, mas desistiu de impor o masdeísmo a seu novo protetorado.


Miniatura do século XV representando a batalha

Assim, na planície de Avarair, os armênios, ao perder uma batalha heróica salvaram sua fé.


Tal batalha é celebrada todo ano, no mês de fevereiro, numa grande cerimônia patriótica, a "festa de Vardan".

A história da Armênia possui inúmeros outros episódios memoráveis, todavia, julgamos importante destacar o papel que os armênios desempenharam no mundo pela ação de seus viajantes, de seus missionários, de seus emigrados, das colônias da diáspora, e, principalmente seu papel na preservação da cultura clássica.

Jean Pierre-Alem refere que os gôdos sofreram a influência dos armênios quando passaram pelas margens do Mar Negro, e foram provavelmente evangelizados por eles. Muitos reis e príncipes visigodos tinham aliás nomes armênios (Artavasdés).

No século XI, os missionários armênios difundiram-se até a longínqua Islândia.

Mas é a importância do povo armênio na preservação de parte considerável da cultura clássica que destacamos, fato que se inicia com base na invenção do alfabeto armênio, por volta de 405.

Antes dessa data, os armênios usavam o grego como língua literária, e o persa como língua administrativa, e, com a adoção de um alfabeto nacional foi sedimentada sua personalidade nacional, sua religião e a profunda vontade de independência, que tão magnificamente demonstraram ao longo de toda a sua dramática história.

Ryszard Kapuscinski, em sua obra Imperium comenta que vencido no campo, o exército armênio procurou pôr-se a salvo nos Scriptoria. O que são os Scriptoria? Podem ser celas monásticas, cabanas ou até mesmo cavernas. Nesses Scriptoria há sempre uma espécie de prancheta e um copista escrevendo de pé.

A consciência nacional armênia sempre esteve acompanhada pelo senso da ameaça de extermínio. E, ligado a isso, uma fervorosa necessidade de salvação, de pôr a salvo seu mundo.

Na impossibilidade de defendê-lo com a espada, então que se conserve a memória. Assim surge esse fenômeno único da cultura mundial: o livro armênio. Dispondo de um alfabeto próprio, os armênios sem demora começaram a escrever livros.





Já no século VI traduziram para o armênio toda a obra de Aristóteles. 


Até o século X haviam vertido a maioria dos filósofos gregos e romanos, centenas de títulos da literatura antiga.

Os armênios têm a mente aberta e grande capacidade de absorção. 


Traduziram tudo o que lhes caiu nas mãos. 

Grandes obras da literatura antiga e da cultura mundial chegaram até nós graças às traduções armênias.

Os copistas se lançavam sobre todas as novidades e logo as traziam para o gabinete.

Quando os árabes conquistaram a Armênia, os armênios traduziram todos os clássicos árabes.

Quando foi a vez dos persas, traduziram todos os autores persas.

Quando em disputa com Bizâncio, aproveitaram para levar tudo o que havia no mercado para traduzir.

Começaram a surgir bibliotecas inteiras. Deviam ser acervos imensos: em 1170, turcos saldjúquidas destroem em Snik uma biblioteca contendo 10 mil volumes. Eram todos manuscritos armênios.

Até os dias de hoje conservam-se 25 mil manuscritos armênios.

Desses, mas de 10 mil encontram-se em Ierevan, em Matenadaran. Quem quiser ver os restantes, terá que fazer uma volta ao mundo.

As maiores coleções encontram-se na Biblioteca São Jacó em Jerusalém, Biblioteca São Lázaro em Veneza e Biblioteca da Congregação Mekitariana em viana. Lindas coleções estão em Paris e Los Angeles.

E, aqui concluo a exposição relativa ao fato de que os armênios e seu  Martírio Vermelho preservaram não somente a fé, mas o conhecimento da civilização ocidental, em  meio ao naufrágio do mundo antigo.


Sugestão de leitura:

 “Lost Birds” uma outra forma de retratar o Genocídio Armênio
 
Livros

Fontes:

Jean Pierre-Alem, A Armênia, São Paulo, Difusão Européia do Livro, 1961.
 

Ryszard Kapuscinski, Imperium, São Paulo, Companhia das Legras, 1994.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

É BOM CITAR: CASA GRANDE & SENZALA II

Gilberto Freire, Casa-grande & senzala: 
formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 
51ª ed. rev. - São Paulo: Global, 2006.

O planisfério de Cantino, 1502


...o português sempre pendeu para o contato voluptuoso com mulher exótica. Para o cruzamento e miscigenação. Tendência que parece resultar da plasticidade social, maior no português que em qualquer outro colonizador europeu. (p. 265)

Iracema (1881), tela do pintor José Maria de Medeiros inspirada na personagem de José de Alencar
...o português de Quinhentos e de Seiscentos, ainda verde de energia, o caráter amolengado por um século, apenas, de corrupção e decadência. (p. 266)

Painéis de São Vicente de Fora - Nuno Gonçalves (1420-1490)
...no que o português se antecipou aos europeus foi no burguesismo. (p. 266)

O português fez-se aqui senhor de terras mais vastas, dono de homens mais numerosos que qualquer outro colonizador da América. (p. 267)

Eram as 13 capitanias hereditárias: Capitania do Maranhão, Ceará, Rio Grande, Itamaracá, Pernambuco, Baía de Todos os Santos, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, São Tomé, São Vicente, Santo Amaro e Santana. Fonte: http://www.dicasfree.com/capitanias-hereditarias-resumo-completo/#ixzz4IIh9FLg4

...fundou a maior civilização moderna nos trópicos. (p. 267)

A unificação moral e política realizou-se em grande parte pela solidariedade dos diferentes grupos contra a heresia... (p. 269)

Nossas guerras contra os índios nunca foram guerras de brancos contra peles-vermelhas, mas de cristãos contra bugres. (p. 269)

http://www.tribunadainternet.com.br/foro-privilegiado-e-uma-excrescencia-que-prejudica-a-atuacao-do-supremo/
Criminoso ou escravo fugido que se apadrinhasse com senhor de engenho livrava-se na certa das vias da justiça ou da polícia. (p. 271)

Pintura de Victor Meirelles (1861)
Nossa formação social, tanto quanto a portuguesa, fez-se pela solidariedade de ideal ou de fé religiosa, que nos supriu a lassidão de nexo político ou de mística ou consciência de raça. (p. 271)

domingo, 10 de julho de 2016

- SÉRIE O HOMEM CORDIAL - A PROFECIA DE OURIQUE E A FUNDAÇÃO DO IMPÉRIO LUSO-BRASILEIRO


Já o primeiro rei de Portugal, Dom Afonso Henriques, o Afonso I no início de longa crônica,

proclamava ter visto, na Batalha de Ourique, 1139...

Batalha de Ourique de Jorge Colaço no Centro Cultural Rodrigues de Faria.
Jesus Cristo em pessoa lhe prometendo:



"Eu sou o fundador e destruidor de impérios, e quero em ti e teus descendentes fundar para mim um Império"



Daí o brasão nacional português vir a ser uma esfera, representando o orbe armilar em meridianos e paralelas, mas cercado pelas cinco chagas do milagre-profecia...

Foi esta ativa esperança messiânica, transmitida de geração em geração lusa,

que deu ânimo ao Infante Dom Henrique, o Navegador, refluir dos reveses no Norte da África para se projetar pelo Mar-Oceano afora, novas terras adentro da África, América e Ásia,



Bandeira da Ordem de Cristo


No qual a mística freqüentemente termina em política: a Ordem de Cristo, nacionalização portuguesa dos Templários sem os traumas da violência de Filipe, o Belo na França contra o Grão-Mestre Jacques de Moulay, teve em Dom Henrique seu primeiro chefe local. A cruzada deveria prosseguir por mares e terras, nunca dantes navegados e pisadas.

Brasão do Condado Portucalense 
868-1139

A expulsão dos árabes de Portugal por Afonso III, duzentos e cinquenta anos antes de Fernando e Isabel fazerem o mesmo na Espanha,

projetava a península ibérica pelos oceanos,

na mista empreitada de fé guerreira e interesses mercantis,

à maneira antiga de Veneza e Gênova

mais o espírito peregrino medieval de Santiago de Compostela.

Um Estado clerical-militar-comercial 

era transposto de uma margem à outra do Atlântico 

Bandeira do Império (1822) Bandeira do Brasil (1889)


encontrando no Brasil menor resistência de culturas ameríndias menos complexas do que as do Peru e México sob dominação espanhola.

Na África e Ásia, a maior resistência inviabilizou a repetição da experiência, e a cultura lusa teve de coexistir com populosas culturas nativas.

(Vamireh Chacon, Deus é brasileiro: o imaginário do messianismo político no Brasil. 2ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998, páginas 18-20)