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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Cristo é Deus!





"Cristo é Deus!", esta frase é até os dias de hoje motivo de escândalo, pois o Caminho, a Verdade e a Vida, conforme o sentido comum de um mundo envolto pelas necessidades diárias, e imerso em sentimentos de urgência e inveja, é em certo sentido a marca de todos os tempos, este é o mundo!


O fato de um homem pobre e desgarrado dos poderes sociais e políticos jamais poderia ser honrado como o Homem, quando Deus se fez carne foi uma espécie de anticlímax mitológico em sua manifestação histórica, e é esta História que revivemos na missa, uma história sagrada fundada numa existência humilde, mas eterna.


O jogo existencial presente nessa realidade é que o evangelho é totalmente exotérico pois seu esoterismo é algo público, nada foi escondido, tudo foi revelado, mas trata-se de um testemunho legado pela tradição que necessita da constante vigilância, pois trata de uma realidade absoluta que não diz respeito ao mundo, esse é o maior dos escândalos.


Ao mesmo tempo em que cada cristão está diante do absoluto ele também tem que atender às demandas profanas, este é o equilíbrio que nos mantém sempre perto da queda, uma vez que ao contrário de estarmos contemplando o abismo, na verdade estamos já no fundo desse mesmo abismo, buscando vislumbrar o cume entre as nuvens

sábado, 30 de novembro de 2019

O QUE É A REALIDADE?!

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Belém vista da Baia do Guajará


Alerto que não questiono por que a realidade existe, ou se há alguma finalidade na mesma.

A questão é se a realidade é o que testemunhamos com nossos sentidos, ou aquilo que idealizamos em nossa imaginação, e, mais profundamente ainda, qual a relação entre realidade e imaginação.

Pois bem, julgo que devemos ter fé na verdade percebida diante de nossos olhos, ouvidos, nariz, boca e mãos uma vez que não é a abstração da mente humana que nos fornece o pão que nos alimenta, ou nos atropela por uma pequena falta de atenção ao atravessarmos uma rua.

Atualmente vivenciamos uma disseminada incapacidade de ter senso comum, uma falta de compressão das proporções e das possibilidades de ação pessoal ou social, quando considerados os limites da ação humana.

Tal incapacidade de discernimento é algo que nosso sistema de ensino, tanto teórico quanto de formação profissionalizante, proporciona em todos os níveis, e, em especial no nível superior ao estabelecer currículos cheios de ideologia marxista, envenenam até à morte a inteligência da juventude, substituindo-se o amor pela sabedoria, no sentido de busca da verdade, por aquela insaciável vontade e desejo de impor opiniões mil vezes refutadas pela reiterada neurótica prática de repetir os mesmos erros ao longo da história.

A incapacidade de aprender com os erros próprios ou alheios, e de não conseguir perceber a experiência histórica registrada nos livros, é algo custosamente criado no Brasil, vide o orçamento destinado à educação.

Afinal o que é a realidade? Isso é muito simples de responder: respire, inspire, abra os olhos, alimente-se e observe ambos os lados da rua antes de atravessar... a realidade é, a coisa em si não é a realidade, somos carne, ossos e sangue criados com água, terra, ar e fogo, que por sua vez foram Criados pelo Sumo Bem, em suma, a realidade é sobretudo o que somos e testemunhamos tanto nesta vida quanto na eternidade. 

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

O VALOR DA IMAGINAÇÃO BEM CULTIVADA

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Nossa classe intelectual-tecnocrata não consegue perceber o verdadeiro valor da imaginação bem cultivada para os destinos humanos em sua história social, as artes poéticas são uma premissa para a abertura de percepção cognitiva ao belo inerente à compreensão do ato de criação.

Deus é primariamente acessível por meio da linguagem poética que opera os símbolos que alimentam a capacidade de comunicação de nossas almas infantis e posteriormente tais imagens serão parte do processo de racionalização e decisão.

O pecado original do pensamento positivista é cortar a conexão natural entre a linguagem da poesia e a linguagem da ciência.

A galera prefere acreditar em anjos maus que nos assombram com a ideia de que o mundo é uma ilusão, esta é a poesia infernal que ensombrece a luz da criação que irradia gratuitamente em favor de nosso entendimento salutar das coisas que existem por si em homenagem ao Criador.

Werner Nabiça Coêlho - 08/11/2019

O SER É O SÍMBOLO DO SOBRENATURAL

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O "ser" é uma palavra que a linguagem de certas filosofias utiliza para designar ora Deus, ora as coisas, também funciona para descrever uma ideia genérica sobre a realidade, pode significar o conceito de algumas imagens mentais indescritíveis chamadas de "coisa em si", que muito embora sejam julgadas incognoscíveis para os sentidos e inapreensíveis para a razão, são consideradas a última realidade para além da ilusão. 

Tal polissemia de significados nos induz a estabelecer critérios para quando buscamos o "ser". 

Primeiro passo é sempre definir-se o objetivo da busca, particularmente, busco elevar os olhos em direção ao "Ser" que nos criou, o Princípio, o Verbo, o Cristo! 

O Ser é sobretudo Sobrenatural, aceitar ou não tal hipótese é o verdadeiro divisor de águas!

Werner Nabiça Coêlho.

sábado, 18 de agosto de 2018

BEM VINDO AO INFERNO!

Daí vem um incréu e afirma que "o inferno não existe"!

Vamos elaborar só um pouquinho esta ideia: 

Se esta vida é a única que possuímos, porque não nos concentrarmos em buscar o puro e simples prazer, custe o que custar?

Afinal, porque estaríamos preocupados com o bem comum, ou com os sentimento alheios?

Se somos todos meros animais sem alma, sem qualquer responsabilidade perante uma autoridade superior, porque se importar com o próximo?!


Neste sentido, deveremos crer que a razão sempre estará ao lado do mais forte!

Assim sendo, aos poderosos está legitimado impor os seus valores mediante a coação pura e simples, pois não existem critérios superiores à vontade, à representação, ao pensamento e ao desejo de poder do mais forte!


Realmente, quando o inferno não existe transcendentemente, ele passa a coexistir conosco imanentemente.


O inferno na Terra é a consequência natural de sua negação, junto com a negação da eternidade da alma.

domingo, 1 de julho de 2018

O processo criativo no devir



Na teoria quântica existe o conceito de "colapso do vetor de estado", que é aquele momento em que o aspecto indeterminado da partícula quântica (quantum) consolida-se em um estado determinado, que faz surgir o evento definidor da forma de manifestação do objeto físico.

Wolfgang Smith define que esse é o momento em que a matéria informe do objeto físico sofre a ligação, dentro de uma relação de causalidade vertical com a sua forma substancial determinante e eterna, no sentido aristotélico-platônico, quando então se torna uma criatura composta de matéria e forma.

O momento de "colapso do vetor de estado", portanto, é uma prova científica de um ato de criação, ou seja, a criação é um processo permanente, é um processo de permanente concretização do devir.
Sem o devir, sem a liberdade, sem a livre escolha entre diversos modos potenciais, não haveria nem a virtude e nem o pecado, nem acertos e nem erros, seríamos como  aquelas máquinas tão celebradas e desejadas pelo modelo proposto na física newtoniana, e pela filosofia moderna em geral, ambas marcadamente determinísticas.

Não fosse o permanente processo de transição entre potência e ato, que criam possibilidades oriundas de jogo de probabilidades inerentes à realidade, seríamos meros agentes aplicadores de éticas teóricas, que não se comunicam com razões práticas, e, seríamos pessoas feitas de carne e osso, que nem acreditam na realidade objetiva do mundo, nem na concretude de seus ossos.
A realidade do devir, se for considerada dentro da realidade do Absoluto que é Deus, necessariamente, já está contida em todas as suas possibilidades em  potência.
Todavia, o devir é um processo de realização temporal, que se opera mediante um afunilamento das possibilidades e potencialidades, em formas concretas definitivas, em que o devir se torna um presente, que instaura fatos históricos únicos e definitivos, cuja graduação dependerá de um infinito número de fatores.
Neste sentido, o devir é algo que sempre foi discutido na filosofia, e esta já possuía a base dos conceitos do indeterminismo quântico ao discutir sobre o livre-arbítrio.

A criação está em permanente processo, uma vez que é permanente e contínua criação, no âmbito da criação já criada, pois a criação é dinâmica e co-participativa, em um certo sentido, quando se considera sua realização temporal mediante a experiência de cada vida individual.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

AFORISMOS E PENSAMENTOS VÁRIOS



Tenho uma certa desconfiança de que a filosofia grega foi mais um resultado da perda de sentido da religião pagã, em meio ao desenvolvimento econômico e cultural do mundo helênico, do que propriamente uma busca meramente intelectual, a filosofia quando bem operada destina-se a ser uma ferramenta de busca de sentido, mesmo que seja para negar o próprio sentido como fazia o Nietzsche, em suma, o amor à sabedoria decorre de uma busca do sentido inerente ao próprio saber.



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Liberdade não é uma realidade ontologicamente autônoma, é um direito vinculado a muitos e variados condicionamentos prévios, por isso que sua defesa implica em eterna vigilância



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A verdade é algo que possui uma essência própria, ou é somente o nome que se dá para uma opinião predominante? 

Um consenso coletivamente partilhado é a fonte da verdade, ou uma única pessoa pode ser o repositório de toda a verdade, não por ela possuir à verdade, mas por ser possuída por esta? 

Um conjunto de interesses parciais e organizados pode estabelecer algum nível de verdade, ou a verdade não está sujeita a nenhuma vontade? 

Podemos considerar que há uma postura mais ou menos conveniente em relação à verdade, ou esta não admite se objeto da vontade alheia? 

Afinal existe alguma verdade que seja validada somente por conveniências políticas, de grupos ou de pessoas, ou a verdade somente possui a conveniência de ser verdadeira para toda a eternidade?

A verdade é um princípio da realidade, ou ela é criada pelas circunstâncias de cada momento?

Só sei que a verdade é verdadeira, porque afirmar que a verdade em essência, ou em acidente, é uma mentira resulta numa petição de princípio, numa aporia lógica, isto é, se for válida a negação da existência da verdade, esta negação será verdadeira.

Como diria o poeta espanhol Antônio Machado (que conheci graças ao Olavo de Carvalho):


"La verdad es lo que es

y sigue siendo verdad,

aunque se piense al revés"



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O AMOR A DEUS É O MODELO DO AMOR FRATERNAL

Uma anotação que deixo a respeito do Diálogo Fedro, é que o amor definido por Sócrates, em seu mais alto nível, é o amor que se deve guardar pela contemplação da verdade, do bem, do justo e do belo no grau da pureza divina, e, que o eventual amor carnal entre os amantes do saber, é uma forma de apequenar e dessacralizar o amor ao saber, cuja origem é divinal, que deve ser cultivado e resguardado entre amigos, em suma, o saber é muito mais profundo quando associado à castidade, por ser um dever sagrado perante Deus.

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A TEORIA MIMÉTICA E O FEDRO DE PLATÃO.

Sócrates discorre a respeito do mito, e de sua natureza questionável do ponto de vista racional, o que dá a entender que naquele tempo histórico contemporâneo ao nosso filósofo, as verdades religiosas tradicionais estavam sendo duramente criticadas, vejamos:

"IV - Sócrates - Se, a exemplo dos sábios, eu não acreditasse, não seria de estranhar. Interpretação sutil da lenda fora dizer que o ímpeto de Bóreas a derrubou dos rochedos próximos, quando ela brincava com Farmaceia, e que as próprias circunstâncias de sua morte deram azo a dizerem que Bóreas a havia raptado." (229d) (p. 36)

Ora, este trecho revela-se perfeito, para análise com a utilização da chave explicativa de René Girard, pois descreve um mito em que há um bode expiatório (Oritia), e um deus (Bóreas) que personifica, neste caso, a multidão, que em sua fúria lança a vítima do rochedo, sem contaminar-se ritualmente com a violência bruta, pois utiliza-se de meios sagrados de imolação, e, por outro lado, a própria explicação dos sábios referidos por Sócrates, são um claro indício de um forte processo de dessacralização da religião ateniense, submetida à crítica racionalista que busca razões humanas para o surgimento das lendas.


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A MITOLOGIA DA ABSOLUTA AUTONOMIA DO EGO

Vivemos uma cultura fundada na mitologia da absoluta autonomia do ego, que resulta na autodestruição egocêntrica, e, na minha opinião descalça e nua, o remédio para esse mal está na busca da verdade religiosa e filosófica, preferencialmente ambas, mas cada uma destas buscas por si mesmas resultam nas únicas terapias eficazes, pois são meios de mirar corretamente no alvo do autoconhecimento que possibilita a autoconsciência, que por fim são os instrumentos para refinar a percepção objetiva do mundo e de sua beleza e bondade, com a reconquista da linguagem que possui a capacidade de comunicar verdades da vida, pois hoje a juventude é um estrangeiro em sua própria consciência.

 

sexta-feira, 29 de abril de 2016

A IDENTIDADE SUPREMA


A Identidade Suprema é Infinita porque é Deus.
Logo é possível afirmar que o princípio da identidade é fundamentado na realidade de Deus, e a fé e a ciência são abastecidos pelo mesmo princípio.
Não há como refutar o princípio da identidade, pois ele é o termo lógico que serve de critério de veracidade de qualquer coisa.
Defendo o realismo ingênuo, ou realismo não-crítico, postulo que a realidade objetiva é o dado absoluto, diante do qual a percepção subjetiva promove os diversos graus de conhecimento relativo, e essa relatividade é oriunda de nossas limitações perceptivas.
Não sei se existe a partícula de Deus, mas posso afirmar que existe o princípio da identidade.
A identidade é o símbolo discursivo que representa Deus na linguagem da lógica, pois o Uno é idêntico a Ele mesmo.
A realidade contingente é somente uma janela para vislumbrarmos o infinito, pois o conceito de absoluto é necessário para haver qualquer noção de algo relativo.
"O Sono da Razão produz monstros", de Francisco Goya.
A razão é um fenômeno irracional?
A linguagem é oriunda de algo irracional e é instintiva?
Então, por uma relação de causa e efeito a razão é instintiva e irracional em sua raiz, tal conclusão é o resultado do bruto materialismo cético.
  O ceticismo, seja em suas origens clássicas, seja em sua versão moderna cartesiana, é uma forma deficiente de encarar o mundo, pois castra voluntariamente a percepção humana, ao considerar a eventual limitação do poder do conhecimento humano como um dado absoluto, não como apenas uma parte do problema da realidade.
Não é crível que algo que exista seja simplesmente "irracional" ou "instintivo", há uma razão inerente à ordem do mundo, e nada é simplesmente um resultado de uma "irrazão", há mistérios, mas não mistérios irracionais no sentido da expressão: "sem razão de ser", estamos imersos em um Ser Supremo, dotado da sabedoria absoluta, numa realidade da qual participamos. 
Catarina de Médicis observa os mortos do Massacre de São Bartolomeu
 
É interessante que o drama existencial do filósofo Descartes transcorreu no período mais cruento das guerras de religião, entre reforma e contrarreforma, um fato que estimulou a opção pelo solipsismo filosófico como uma fuga, uma evasão, para o único ambiente na qual o fundador da filosofia moderna se achava psicologicamente seguro, sua própria mente.
  É irônico que nesta fuga cartesiana para o ceticismo elegeu-se o método da dúvida sistemática contra a objetividade do mundo, em favor de um criticismo subjetivista.
Ao contrário da topografia da ignorância socrática (termo que aprendi com o Olavo de Carvalho), Descartes desenvolveu o método da ignorância sistemática como fundamento da ciência e da ética.
Na Idade Moderna passou-se a ensinar que somos a própria “sarça sagrada” subjetiva, e se proclamou que todos somos dotados de uma subjetividade absoluta, de um "EU SOU" subjetivista criador do mundo das idéias verificáveis matematicamente.
O materialismo matematizante intelectualmente concatenado é única certeza capaz de suprir a proposta do ceticismo radical, perante a objetividade do mundo.
Assim, em nome da idéia solipsista, Descartes se julgou armado para cortar da perspectiva filosófica e científica Ocidental tudo o que fosse complicado demais para compreender somente com a mente calculadora, em um materialismo quantitativo que, por sinal, passou a ser para o cartesianismo o sinônimo de racionalidade, só aquilo que é mensurável é racional desde então.

Êxodo 3:14

Tentar provar que Deus não existe é o mesmo que tentar negar a existência da verdade ou do princípio da identidade, é tudo uma coisa só!
Coloquemos em poucas palavras: o princípio para que exista a ciência, é que seja afirmada a fé no princípio da identidade, na qual 01 (um) sempre é igual a 01 (um), ou seja, a identidade é a base para o princípio da mensuração, sem a qual não há como defender qualquer tipo de materialidade.
Para que o princípio da identidade seja eficaz ele precisa ser verdadeiro.
Para que a verdade seja real ela precisa ser dotada de um caráter de perenidade.
Logo, se há verdade, ela é eterna.
Assim sendo, se há eternidade então há algo eterno que dá sustentação à verdade, à identidade e à ciência, e isso caro amigo é a manifestação da fé nestes elementos, inclusive, todo o cientista guarda a mais pia fé em seu cabedal de conhecimentos, fé esta que é mais profunda do que aquela que o cientista tem na própria existência pessoal.
É o suficiente?
Agora fale o inverso...
Werner Nabiça Coêlho