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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

MINHA DEFINIÇÃO DE DIREITA POLÍTICA



Observe-se que a luta não é pela "direita", mas, sim, pela preservação de instituições e valores morais que permitem uma vida livre.

O homem em sua infância nasce com o conhecimento natural do mal, da luta pela sobrevivência material, e é necessário se buscar a maturidade, um fruto da elevação na vida da inteligência, na luta pela eternidade.

Ser de direita é uma postura "cultural" e "antropológica", somos povos ameaçados de extinção física mesmo, o que implica assumir uma postura "ambientalista", pois queremos preservar nossas condições básicas de vida, propriedade e liberdade.

O indivíduo ao defender-se do coletivismo da esquerda deve criar uma "práxis" de preservação da espécie humana em seus anseios mais básicos e de perduração.

Algo fácil de se constatar, ao se estudar fatos históricos, e da observação dos fatos políticos recentes, que  esquerda não está nem aí para a coerência de idéias, o que importa é a "práxis marxista", cujo objetivo final é tomada do poder social absoluto.

A direita brasileira é incipiente e está perdida em meio a visões do paraíso ideológico libertário, por pura e simples contaminação das esquerdas, o primeiro passo é afirmar que não se precisa de uma ideologia para viver, danem-se os seguidores do Cazuza.

Devemos recuperar a realidade do mérito, do valor de alcançar um objetivo por meio do esforço do exercício e/ou treino, que no caso do conhecimento é fruto do auto-estudo.

A auto-educação é a dedicação de quem tem predisposição e persistência, de estudar por conta própria, e, assim, alcançar seus objetivos educacionais, por outro lado, o reconhecimento social e financeiro é outro departamento, afinal, não se estuda para enriquecer financeiramente (apesar de ser um lugar comum para o brasileiro), isso é o mais tosco materialismo dinheirista (esta é outra expressão muito usada pelo Olavo de Carvalho).

Elevar o espírito é o mérito do estudo, acontece que pessoas bem formadas acabam virando líderes, cientistas, empreendedores, bons funcionários, etc.

O estudo é fundamental para preparar a luta de quem está contra a esquerda em defesa das verdades consagradas pela experiência, tradição, família, ciência, e, em última análise, pela eternidade.

Nossa responsabilidade pessoal se espraia ao passado e se lança ao futuro, mas, sobretudo, é uma luta pela salvação da própria alma, e, quem sabe, servir de exemplo para outras.

O que é ser não-ideológico? 

É buscar a verdade! 

Como fazê-lo? 

Precisamos estudar história, contemplar a arte, viver a religião, mas, para gostos mais filosóficos, recomendo o enfrentamento do argumento etiológico, ou estudo das origens e das causas, são todos caminhos que nos conduzem a Deus, o Logos da Última e da Primeira Verdade.

Quem luta pela ideia de "direita" é aliado da esquerda, pois é só mais uma palavra polissêmica, cujo sentido é variável, e quando representa uma "ideologia de direita" torna-se, assim, mais um braço da esquerda.

Ao cidadão que enfrenta o embate pela defesa da civilização para conservar desde a própria vida até os valores mais elevados da religião, da arte e da cultura herdada de seus antepassados, costuma-se distinguir da esquerda... com o termo "direita".

Para ser de direita, num dado contexto histórico, basta estar na necessidade de agir segundo o instinto de autopreservação, o que se convencionou denominar, na era pós-revolução de 1789, de "conservador", em oposição ao "liberal", o revolucionário que precedeu o "socialista".

Logo, ser de direita é ser não ideológico!

O fato de assumir posições de direita decorre de uma reação à invasão de bárbaros do pensamento e da ação social deletéria da esquerda.

Quid iustum? (Que é direita?)

Direita é uma definição negativa em relação ao que é ser de esquerda.

Direita é uma posição relativa, até a esquerda política tem sua "direita".

O meta-capitalismo (expressão criada por Olavo de Carvalho) é a suprema burguesia aliada ao estado totalitário, como já ocorre na China, o paraíso das elites comunistas e econômicas, a esquerda consuma-se nesta vil aliança político-econômica.

Neo-conservadorismo é coisa de americano, brasileiro quando quer conservar alguma coisa de sua tradição ancestral torna-se católico, ou ao menos um zeloso estudioso da história desta nação, desde a conquista romana da velha Ibéria lusitana.

Por fim, no sentido mais elevado da ideia de "direita", a única direita pela qual vale à pena lutar é aquela posição ocupada pelos que estão à direita de Nosso Senhor Jesus Cristo, o resto é tudo gente que acredita em ideologias baratas, que negam a sacralidade da vida humana em algum nível.

Werner Nabiça Coêlho - 17/08/2017


quinta-feira, 21 de abril de 2016

CULTURA MELANCÓLICA?




O litoral atlântico da Penísula Ibérica sempre foi um ponto de passagem das grandes civilizações ocidentais, por lá, sucessivamente, transitaram fenícios, gregos, celtas, romanos, godos e muçulmanos, resultando numa misceginação, não só biológica, mas, principalmente, e, num alto grau, de natureza cultural. 

Celtas 
D'entre todos os povos europeus, o que habitava a beira do atlântico da Ibéria, o futuro povo português, foi o mais permeável, pois absorveu todos os impactos culturais, e foi mais impertubável, pois por nenhuma das neoculturas consumou-se a absorção deste povo costeiro a ponto de eliminar uma certa identidade autárquica, uma certa identidade, uma certa "saudade" do solo da língua portuguesa, que como dizia o poeta Olavo Bilac, tem "o trom e o silvo da procela / e o arrôlo da saudade e da ternura".


E, assim, no decorrer dos séculos e milênios de intercâmbio, livre ou forçado, o povo português desenvolveu uma cultura capaz de absorver as energias culturais de todos os povos com os quais manteve contato, sem que com isso se tornasse um espelho, um mero reflexo, pois ao receber as cores culturais alheias, transmutou-as a tal ponto que aportuguesadas tornaram-se. 

Em síntese, a cultura que se originou em Portugal padece de um caso incurável de abertura e síntese, pois não discrimina nada e por nada se sujeita, a todos acolhe e a nenhum rejeita, mas, tudo o que absorve definitivamente, de uma vez por todas, torna-se parte da cultura portuguesa. 



Com este pano de fundo, podemos analisar a cultura forjada na velha Portugal, como sendo uma cultura melancólica, que sente saudades, mas não sabe por que. 

Leve-se em conta que apesar de sempre haver permanecido um núcleo mínimo de identidade da nação portuguesa, não há que se negar que em certa medida, o homen português, sofreu infinitas mutações culturais em sua formação, o que, paulatinamente, forjou um tipo humano inconstante, dado a extremos de exaltação e de depressão. 

Aristóteles 
Em termos aristotélicos a nação portuguêsa, aí se incluindo todos os falantes da "última flor do lácio", é, ela inteira, em maior ou menor grau, uma "civilização melancólica". 

Colacionamos o diagnóstico presente no problema número trinta do Sábio de Estagira, em que Aristóteles se pergunta: 

"Por que razão todos os que foram homens de exceção, no que concerne à filosofia, à ciência do Estado, à poesia ou às artes, são manifestamente melancólicos, e alguns a ponto de serem tomados por males dos quais a bile negra é a origem" (935, a, 10). . 

Parafraseando esta célebre questão, afirmo que a nação portuguesa, enquanto civilização milenar que é, é melancólica, porque é dotada de uma genialidade, de uma sabedoria prática, de uma "phronesis", que a torna individualmente um universo próprio, aberto enquanto sistema, a todas as influências, e fechado enquanto cultura, pois esse sistema aberto funciona como um "corpo negro ideal" como descrito pela física, ou seja, absorve todas as energias e cores circundantes, mas, continua inabalável, continua sendo português, por sinal, toda e qualquer cultura viva tem esta qualidade em certo grau, ocorre que a nossa a tem em grau exacerbado. 

O indivíduo médio pertencente ao universo cultural que se originou em Portugal, e, que forjou o núcleo da nacionalidade brasileira, é um ser ambíguo, pois participa de todas as culturas e não pertence a nenhuma, é como se o tipo humano português transitasse das culturas mais "quentes" até as mais "frias", e vice-versa, sem grandes dificuldades. 


Pode-se dizer que a marca indelével dos povos de língua portuguesa é exatamente esta presença de uma certa constante da inconstância, de estabilidade de um quadro de instabilidade, em suma, o homem gerado pela cultura portuguesa, incluindo-se aí o brasileiro e demais falantes do inculto e belo português, participam, potencialmente, de todas as variáveis culturais identificáveis, pois a todos se assemelha, sem que se converta em nenhum outro, é um paradoxo que muito desvela, pois indica uma vitalidade essencial à sobrevivência de um povo em tempos de homogeneização mundial das culturas.

Bibliografia:

COELHO, Werner Nabiça. Cultura Melancólica?. Universo Jurídico, Juiz de Fora, ano XI, 27 de jun. de 2003.

Disponivel em: < http://uj.novaprolink.com.br/doutrina/1391/cultura_melancolica >. Acesso em: 21 de abr. de 2016.