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domingo, 15 de abril de 2018

A VERDADE METAFÍSICA QUE SE FEZ CARNE



Imagem extraída da página Cooperatoris Veritatis


Rousseau fez um grande mal à psique da modernidade ao afirmar que bondade é natural à animalidade!

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O orgulho é o único pecado que não sente vergonha diante de Deus, é o soberbo que se levanta e O enfrenta, este é o vício que o diabo mais gosta...afinal, a sabedoria inicia pelo temor a Deus!


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Amo meus inimigos, pois eles motivam respostas e reflexões valiosas, a inspiração é em grande parte oriunda do escândalo do teatro da maldade e da maledicência.

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A religião marxista, que Raymond Aron denominou de o "ópio dos intelectuais" prossegue expandindo seus fiéis por meio da formação de nosso celebrado sistema de ensino!

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Àqueles que cultuam a matéria, perdoem-me se minha liberdade de expressão e minhas convicções ofendem vosso ativismo messiânico de um tão desejado apocalipse comunista!

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O que será da moral sem a religião? 

Será contribuir somente para a manutenção da burocracia estatal mediante impostos? 

Bastará ser um bom cumpridor da lei positiva, aquela regra emanada do governo? 

Ser cidadão e votar conforme o calendário eleitoral? 

Afirmar uma moral sem Deus, mas fundada no imperativo categórico kantiano... porque sim!? 

Acreditar que o bem pode existir sem o mal, uma vez que tudo é subjetivo, e, por isso, só pode existir o bem relativo a cada pessoa?

Postular o "dogma do relativismo" em que o mal é uma criação da subjetividade humana?

Defender que o bem é uma criação da "mãe natureza", ou seja, que a seleção natural é boa por si mesma, que o mais apto deverá prosperar em detrimento dos fracassados?

Sei... talvez ser bom marxista, ou bom ateísta, seja um exercício de ódio, e talvez este exercício seja considerado como um valor... do bem?

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Essas visões teológicas sobre o suposto "cristianismo primitivo" são antepassados do "comunismo primitivo".

Por que ninguém se lembra que Cristo e seus Apóstolos ao fundarem o catolicismo foram perseguidos até o martírio.

Séculos dessas perseguições imperiais levaram os cristãos às catacumbas e ao coliseu (algo recorrente na China e em países islâmicos até hoje).

Ninguém se lembra de que por alguns momentos históricos o cristianismo poderia ter sido extinto, e que o seu triunfo histórico foi um verdadeiro milagre.

Somente no cristianismo o fenômeno "laico" ou mesmo o "iluminismo" puderam ocorrer, pois o livre arbítrio é seu elemento essencial.

A religião cristã não é agente primariamente político, afinal foi Cristo que mandou separar a religião de Deus da política de César, mas, se valorizas tanto a laicidade deverias valorizar sobretudo sua herança cristã como o fenômeno cultural e histórico que possibilitou a liberdade contemporânea.

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O Logos (em grego λόγος, palavra) significava inicialmente a palavra escrita ou falada — o Verbo, passa a ser um conceito filosófico traduzido como razão, tanto como a capacidade de racionalização individual ou como um princípio cósmico da Verdade e da Beleza.

São João principia seu livro sinótico:

"1 1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. 2. Ele estava no princípio junto de Deus. 3. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. 4. Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. 5. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam."

Portanto, 

Cristo é a verdade metafísica que se fez carne, 

é o logos identificado pela filosofia grega, 

é a razão que se fez viva numa pessoa, 

por isso a tradição cristã católica é profundamente filosófica, 

pois a razão feita carne está viva entre nós!

domingo, 23 de julho de 2017

O MITO, O SÍMBOLO E O SALTO NO SER

Maat

Eric Voegelin define que o "homem é consubstancial com a realidade que experiencia", e que o "centro da consciência" é a experiência da participação compreendida como a realidade do contato com a realidade exterior ao homem (p. 114), realidade esta que se manifesta no "horizonte da nossa existência no mundo" que inclui a multiplicidade das possibilidades de participação na realidade natural, cultural, artística, religiosa, científica, etc, e, assim, "a  experiência é o que está entre o sujeito e o objeto da participação" (idem).

A experiência, portanto, é a comunicação que se dá no contato entre sujeito e objeto, por serem consubstanciais podem trocar informações, cujo idioma é a própria experiência transfigurada em símbolos.

A estrutura da realidade é algo que está em constante tradução experiencial, é um processo de criação permanente de símbolos, cujo início e fim não são visíveis no horizonte da experiência.

Voegelin adverte que quando alguém "constrói um sistema, a falsificação da realidade é [...] inevitável" (p. 119), uma vez que a participação engendra a experiência e esta é percebida por meio de símbolos, que são conjuntos de idéias densamente compactadas, portanto, inabarcáveis por simplificações sistematizadoras, uma vez que os princípios, que permitem a construção de sistemas, são idéias parciais e derivadas que nascem dos próprios símbolos.

Os símbolos são fenômenos de linguagem engendrados pelo processo da experiência de participação, e são gerados pelo encontro entre o humano e o divino. A linguagem faz parte desse caráter de metaxo, ou Entremeio, da consciência. Os símbolos de linguagem que expressam uma experiência não são convenções sociais ou culturais, são testemunhos objetivos do processo de participação (p.116).

A abertura à realidade frutifica na experiência criadora de símbolos que comunicam as descobertas oriunda do processo de participação na criação.

Voegelin define que a ordem "é a estrutura da realidade como experenciada pelo homem, bem como a sintonia entre o homem e uma ordem não fabricada por ele ,isto é, a ordem cósmica" (p. 117), e, a ordem, quando descoberta, principia pela representação mitológica.

O mito é o símbolo da experiência que engendra toda e qualquer civilização, que surge da experiência de participação mediante a percepção de leis constantes na natureza, cuja divindade se materializa na realidade cósmica, fenômeno que implica em criação de símbolos panteístas, que em linguagem contemporânea descrevemos como a "mãe natureza".

A criação dos mitos cósmicos configuras-se no "salto no ser", cuja imanência determina que a existência humana está presa ao eterno retorno dos fenômenos deste mundo com a regularidade das estações do ano.

O próximo salto no ser descrito por Voegelin é a constituição do símbolo da história, cuja criação é relatada no Antigo Testamento.

A civilização histórica como a conhecemos é o resultado deste salto no ser transcendente que estabelece uma aliança entre o Logos e a humanidade, assim, estabelece-se o símbolo da história, e, ao ser humano é conferido um destino para além da história, é o símbolo do "destino" e da "liberdade", para além deste mundo, tal percepção é a origem da moral e da ética como a compreendemos, pois o juízo final é o julgamento da história da alma transcendente, é um testemunho perante a eternidade.

Eric Voegelin, Reflexões Autobiográficas. É Realizações: São Paulo, 2007.