Mostrando postagens com marcador Vamireh Chacon. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Vamireh Chacon. Mostrar todas as postagens

domingo, 10 de julho de 2016

- SÉRIE O HOMEM CORDIAL - A PROFECIA DE OURIQUE E A FUNDAÇÃO DO IMPÉRIO LUSO-BRASILEIRO


Já o primeiro rei de Portugal, Dom Afonso Henriques, o Afonso I no início de longa crônica,

proclamava ter visto, na Batalha de Ourique, 1139...

Batalha de Ourique de Jorge Colaço no Centro Cultural Rodrigues de Faria.
Jesus Cristo em pessoa lhe prometendo:



"Eu sou o fundador e destruidor de impérios, e quero em ti e teus descendentes fundar para mim um Império"



Daí o brasão nacional português vir a ser uma esfera, representando o orbe armilar em meridianos e paralelas, mas cercado pelas cinco chagas do milagre-profecia...

Foi esta ativa esperança messiânica, transmitida de geração em geração lusa,

que deu ânimo ao Infante Dom Henrique, o Navegador, refluir dos reveses no Norte da África para se projetar pelo Mar-Oceano afora, novas terras adentro da África, América e Ásia,



Bandeira da Ordem de Cristo


No qual a mística freqüentemente termina em política: a Ordem de Cristo, nacionalização portuguesa dos Templários sem os traumas da violência de Filipe, o Belo na França contra o Grão-Mestre Jacques de Moulay, teve em Dom Henrique seu primeiro chefe local. A cruzada deveria prosseguir por mares e terras, nunca dantes navegados e pisadas.

Brasão do Condado Portucalense 
868-1139

A expulsão dos árabes de Portugal por Afonso III, duzentos e cinquenta anos antes de Fernando e Isabel fazerem o mesmo na Espanha,

projetava a península ibérica pelos oceanos,

na mista empreitada de fé guerreira e interesses mercantis,

à maneira antiga de Veneza e Gênova

mais o espírito peregrino medieval de Santiago de Compostela.

Um Estado clerical-militar-comercial 

era transposto de uma margem à outra do Atlântico 

Bandeira do Império (1822) Bandeira do Brasil (1889)


encontrando no Brasil menor resistência de culturas ameríndias menos complexas do que as do Peru e México sob dominação espanhola.

Na África e Ásia, a maior resistência inviabilizou a repetição da experiência, e a cultura lusa teve de coexistir com populosas culturas nativas.

(Vamireh Chacon, Deus é brasileiro: o imaginário do messianismo político no Brasil. 2ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998, páginas 18-20)