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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

É BOM CITAR: CASA GRANDE & SENZALA II

Gilberto Freire, Casa-grande & senzala: 
formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 
51ª ed. rev. - São Paulo: Global, 2006.

O planisfério de Cantino, 1502


...o português sempre pendeu para o contato voluptuoso com mulher exótica. Para o cruzamento e miscigenação. Tendência que parece resultar da plasticidade social, maior no português que em qualquer outro colonizador europeu. (p. 265)

Iracema (1881), tela do pintor José Maria de Medeiros inspirada na personagem de José de Alencar
...o português de Quinhentos e de Seiscentos, ainda verde de energia, o caráter amolengado por um século, apenas, de corrupção e decadência. (p. 266)

Painéis de São Vicente de Fora - Nuno Gonçalves (1420-1490)
...no que o português se antecipou aos europeus foi no burguesismo. (p. 266)

O português fez-se aqui senhor de terras mais vastas, dono de homens mais numerosos que qualquer outro colonizador da América. (p. 267)

Eram as 13 capitanias hereditárias: Capitania do Maranhão, Ceará, Rio Grande, Itamaracá, Pernambuco, Baía de Todos os Santos, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, São Tomé, São Vicente, Santo Amaro e Santana. Fonte: http://www.dicasfree.com/capitanias-hereditarias-resumo-completo/#ixzz4IIh9FLg4

...fundou a maior civilização moderna nos trópicos. (p. 267)

A unificação moral e política realizou-se em grande parte pela solidariedade dos diferentes grupos contra a heresia... (p. 269)

Nossas guerras contra os índios nunca foram guerras de brancos contra peles-vermelhas, mas de cristãos contra bugres. (p. 269)

http://www.tribunadainternet.com.br/foro-privilegiado-e-uma-excrescencia-que-prejudica-a-atuacao-do-supremo/
Criminoso ou escravo fugido que se apadrinhasse com senhor de engenho livrava-se na certa das vias da justiça ou da polícia. (p. 271)

Pintura de Victor Meirelles (1861)
Nossa formação social, tanto quanto a portuguesa, fez-se pela solidariedade de ideal ou de fé religiosa, que nos supriu a lassidão de nexo político ou de mística ou consciência de raça. (p. 271)

domingo, 19 de junho de 2016

É BOM CITAR: CASA GRANDE & SENZALA

D. Afonso I
...colonizador português do Brasil.
 

Figura vaga,
falta-lhe o contorno

ou a cor que a individualize
 
entre os imperialistas modernos

O tipo contemporizador.

Nem ideais absolutos,

nem preconceitos inflexíveis.



(Gilberto Freire, Casa-grande & senzala, p. 265)

Nuno Álvares Pereira, o Condestável
Tanto nas Cruzadas 

como nas guerras de independência 

esse concurso [de estrangeiros] 

se fez sentir de maneira notável.
 

É o que explica no português 

não só seu nacionalismo quase sem base geográfica 

como o cosmopolitismo.

Cosmopolitismo favorecido, esse sim, em grande parte, pela situação geográfica do reino: 


a de país largamente marítimo, 

desde remotos tempos variando de contatos humanos.

Por um lado, 


recebendo em suas praias sucessivas camadas 

ou simples, mas frequentes, 

salpicos de povos marítimos.
 

Por outro lado, indo seus navegantes, 

pescadores e comerciantes às praias 

e águas alheias comerciar, 

pescar e farejar novos mercados.


(Gilberto Freire, Casa-grande & senzala, p. 274)

Na falta de grandes fronteiras naturais ou físicas,

defendendo-se de agressões e absorções,

tiveram os portugueses de entesar-se 


em muralhas vivas, de carne,

contra o imperialismo muçulmano

e mais tarde contra o de Castela


(Gilberto Freire, Casa-grande & senzala, p. 273)
O Direito português iniciou-se, 

não sufocando e abafando 

as minorias étnicas dentro do reino 

- os mouros e os judeus - suas tradições e costumes,

mas, reconhecendo-lhes a faculdade de se regerem 


por seu direito próprio 

e até permitindo-lhes magistrados à parte,

como mais tarde no Brasil colonial, 

com relação aos ingleses protestantes.
(Gilberto Freire, Casa-grande & senzala, p. 274)