A
Identidade Suprema é Infinita porque é Deus.
Logo
é possível afirmar que o princípio da identidade é fundamentado
na realidade de Deus, e a fé e a ciência são abastecidos pelo
mesmo princípio.
Não
há como refutar o princípio da identidade, pois ele é o termo
lógico que serve de critério de veracidade de qualquer coisa.
Defendo
o realismo ingênuo, ou realismo não-crítico, postulo que a
realidade objetiva é o dado absoluto, diante do qual a percepção
subjetiva promove os diversos graus de conhecimento relativo, e essa
relatividade é oriunda de nossas limitações perceptivas.
Não
sei se existe a partícula de Deus, mas posso afirmar que existe o
princípio da identidade.
A
identidade é o símbolo discursivo que representa Deus na linguagem
da lógica, pois o Uno é idêntico a Ele mesmo.
A
realidade contingente é somente uma janela para vislumbrarmos o
infinito, pois o conceito de absoluto é necessário para haver
qualquer noção de algo relativo.
"O Sono da Razão produz monstros", de Francisco Goya. |
A razão é um fenômeno irracional?
A
linguagem é oriunda de algo irracional e é instintiva?
Então,
por uma relação de causa e efeito a razão é instintiva e
irracional em sua raiz, tal conclusão é o resultado do bruto materialismo cético.
O ceticismo, seja em suas origens clássicas, seja em sua
versão moderna cartesiana, é uma forma deficiente de encarar o
mundo, pois castra voluntariamente a percepção humana, ao considerar a
eventual limitação do poder do conhecimento humano como um dado absoluto,
não como apenas uma parte do problema da realidade.
Não é crível que algo que exista seja
simplesmente "irracional" ou "instintivo", há uma razão inerente à ordem do mundo, e nada é
simplesmente um resultado de uma "irrazão", há mistérios, mas
não mistérios irracionais no sentido da expressão: "sem razão
de ser", estamos imersos em um Ser Supremo, dotado
da sabedoria absoluta, numa realidade da qual participamos.
Catarina de Médicis observa os mortos do Massacre de São Bartolomeu |
É interessante que o drama existencial do filósofo
Descartes transcorreu no período mais cruento das guerras de religião,
entre reforma e contrarreforma, um fato que estimulou a
opção pelo solipsismo filosófico como uma fuga, uma evasão, para o
único ambiente na qual o fundador da filosofia moderna se achava
psicologicamente seguro, sua própria mente.
É irônico que nesta fuga cartesiana para o ceticismo elegeu-se o
método da dúvida sistemática contra a objetividade do mundo, em
favor de um criticismo subjetivista.
Ao contrário da
topografia da ignorância socrática (termo que aprendi com o Olavo
de Carvalho), Descartes desenvolveu o método da
ignorância sistemática como fundamento da ciência e da ética.
Na Idade Moderna passou-se a ensinar que somos a própria “sarça sagrada”
subjetiva, e se proclamou que todos somos dotados de uma
subjetividade absoluta, de um "EU SOU" subjetivista criador do mundo das idéias verificáveis matematicamente.
O materialismo matematizante intelectualmente concatenado é única certeza capaz de suprir a proposta do
ceticismo radical, perante a objetividade do mundo.
Assim, em nome
da idéia solipsista, Descartes se julgou armado para cortar da
perspectiva filosófica e científica Ocidental tudo o que fosse complicado
demais para compreender somente com a mente calculadora, em um materialismo quantitativo que, por sinal, passou a ser para o
cartesianismo o sinônimo de racionalidade, só aquilo que é
mensurável é racional desde então.
Êxodo 3:14 |
Tentar
provar que Deus não existe é o mesmo que tentar negar a existência da verdade ou
do princípio da identidade, é tudo uma coisa só!
Coloquemos
em poucas palavras: o princípio para que exista a ciência, é que
seja afirmada a fé no princípio da identidade, na qual 01 (um)
sempre é igual a 01 (um), ou seja, a identidade é a base para o princípio da mensuração, sem
a qual não há como defender qualquer tipo de materialidade.
Para
que o princípio da identidade seja eficaz ele precisa ser
verdadeiro.
Para
que a verdade seja real ela precisa ser dotada de um caráter de
perenidade.
Logo,
se há verdade, ela é eterna.
Assim
sendo, se há eternidade então há algo eterno que dá sustentação
à verdade, à identidade e à ciência, e isso caro amigo é a
manifestação da fé nestes elementos, inclusive, todo o cientista
guarda a mais pia fé em seu cabedal de conhecimentos, fé esta que é mais profunda do que aquela que o cientista tem na
própria existência pessoal.
É
o suficiente?
Agora
fale o inverso...
Werner Nabiça Coêlho