Mostrando postagens com marcador Materialismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Materialismo. Mostrar todas as postagens

sábado, 4 de maio de 2019

A REALIDADE NÃO É CARTESIANA



A REALIDADE NÃO É SOMENTE RELAÇÕES DE QUANTIDADES

Cartesius foi um bom filósofo do realismo idealista, ou da idéia como realidade, e um grande matemático, isso é inegável.

Ocorre que para uma grande mentira ser estabelecida haverá que se demonstrar algumas pequenas verdades compatíveis com a proposta falaciosa, em certo sentido a matemática, enquanto método de análise lógica das quantidades em seu aspecto abstrato, por meio de símbolos numéricos, quando utilizado habilmente para fundar uma concepção de certeza e exatidão, é um excelente meio de criar o descrédito em relação à realidade concreta e grávida de qualidades e significados que apreendemos em nosso cotidiano.

A realidade concreta é em grande parte impassível de mensuração quantitativa, pelo que o cartesianismo revela-se como uma vertente do pitagorismos empobrecido, pois divorciado da metafísica, e, é por isso uma potente arma de "desinformação", no sentido técnico da palavra no ramo da guerra de informações, uma vez que a filosofia cartesiana passou a ser a emissora da grande falsidade do ceticismo materialista e niilista, com base na credibilidade da ciência matemática.

Assim, instituiu-se uma secular crise nas ciências em geral e na filosofia em particular, por meio da ideologia materialista transvestida de filosofia, que pretende subjugar a realidade toda ao determinismo matemática e materialista que pretende deificar o pensamento humano.

***

A FILOSOFIA DA CIÊNCIA MODERNA NEGA-SE A OBSERVAR A EVIDÊNCIA ORIUNDA DOS SENTIDOS


Minha tese é que a ciência e filosofia cartesianas, ditas modernas, tentam convencer-nos a não dar crédito na ciência que decorre de nossa percepção sensorial, uma vez que a evidência percebida pelos sentidos, que é o fundamento de toda conquista técnica, é o que nos fornece a capacidade de avaliar as relações de causa e efeito, e, também, quando um evento foge a tais relações, tal como se dá no evento milagroso, em que a causalidade horizontal é substituída pela causalidade vertical.

A ciência moderna, com seu viés ceticista e materialista, é um tipo de psicologismo que nos torna psicóticos e esquizofrênicos ao ponto de impedir nossa percepção normal da realidade, inclusive aquela de perceber o milagre, uma vez que a nossa existência é sustentada pelos milagres inerentes à existência criada e à presença viva de Cristo.

São Tomé foi o primeiro cientista! Mas, pelo menos, acreditou em seus sentidos.

****
ACREDITO PORQUE PERCEBO


Como percebemos o mundo senão pelos sentidos corporais?! Como filosofar negando tais evidências, simples, leia os filósofos da modernidade e passe a crer no que eles dizem, não nos seus olhos.

Descartes cria uma hipótese na qual um gênio mal o levaria ao ceticismo total quanto ao que é captado pelo sentidos, cuja consequência filosófica é afirmação do pensamento abstrato e matemático como única realidade clara e precisa, daí lanço minha hipótese que a filosofia moderna é o fruto de bem sucedida tentação do tinhoso.



Há um mistério no início da filosofia moderna, descrevo meu espanto por meio de dois questionamentos:

1. Como é que Descartes consegue avaliar o que é evidente e claro, se ele é o mesmo que nega a evidência oriunda da realidade concreta?

Lembro que a proposta de ciência de Descartes é que deveremos considerar evidentes somente o que é considerado como quantidade, e que as qualidades deverão ser ignoradas por serem incertas e obscuras, isso nem é mais paradoxo, é burrice mesmo.

2. Assim sendo, prossigo, e sustento meu ceticismo quanto ao método cartesiano encarado como filosofia, ao questionar como poderemos considerar algo somente como quantidade, quando as qualidades estão lá tão evidentes quanto todo o resto?

domingo, 6 de maio de 2018

MATERIALISMO: O DOGMA DA MODERNIDADE


Demócrito

Como diria o Olavo de Carvalho, muito do que se discute na filosofia moderna está permeado de premissas ocultas, premissas não declaradas, mas que são premissas fundamentais ao pensamento.

A questão dos universais, ou seja, se há uma essência ou uma forma fundamental presente na realidade de todas as coisas, quando estudada com base na filosofia antiga e escolástica a todo momento é discutida a questão da transcendência dos conceitos, uma vez que os princípios metafísicos são utilizados como fonte de tais raciocínios, este é um caso de premissas não ocultadas.

Ocorre que com os tempos modernos começou-se o estabelecimento de uma "moda" de adoção da retórica cética, e, portanto, relativista, na qual há a negação formal da metafísica clássica, mas, implicitamente, foi sendo consolidada uma "metafísica" moderna que considera válida somente a existência material, em detrimento da vida espiritual e da religião.

A defesa de uma ontologia "imanente" à mente humana ignora intencionalmente, e como forma de seu método, o "Problema Deus".

Portanto, o dogma da inexistência de "Deus" é implícito em nossas elucubrações filosóficas modernistas que negam a existência de essências e a possibilidade de transcendência.

Nós, tal como Sócrates, ainda, hoje, sofremos daquela curiosidade que sempre emerge da consciência (daemon) que nos habita, e que continua perguntando sobre a natureza de todas as coisas, e permanece com aquele anseio pelo sumo bem, que nos remete a pensar na razão de ser da criação.

sexta-feira, 16 de março de 2018

SOBRE UTILITARISMO E GENOCÍDIOS

 (FOTO: GETTY IMAGES)

Outro dia escrevi um comentário sobre um artigo que fazia previsões sobre o nascimento da classe das "pessoas inúteis", cujo teor foi que "o problema é que o utilitarismo liberal/marxista tende a se fundir com o seletivismo eugênico darwinista, combinação que frutifica em genocídio", daí alguém se abismou e pediu uma tradução.

Por isso, passo à tradução do comentário:

O problema do nascimento de uma "classe de pessoas inúteis" resultar em genocídio, como consequência do utilitarismo vigente em nossa cultura, pode ser respondido quando lembramos que a filosofia moderna adota o materialismo como critério para apuração da veracidade de uma hipótese científica.

A proposição do critério materialista de verificação implica em que não mais se pode considerar como válida uma pesquisa cujos dados sejam qualitativos, o objeto de estudo já não possui uma essência (substância) com relações verticais na realidade, pois quando se estuda a existência das estruturas essenciais da realidade se está perquirindo a respeito da existência de algum nível de razão criadora da própria coisa pesquisada.

Pois bem, o que nos resta quando somente dados quantitativos são passíveis de serem analisados? A resposta está na supressão das teorias que apelem para o bem metafísico, ou sumo bem, e só nos resta a adoção de uma noção de bem viver nesta Terra no aqui e agora.

A perspectiva materialista, no sentido quantitativo, e imediatista, como se esta vida fosse restrita ao período mediado entre nascimento e morte, é o caminho para a justificação da felicidade com fundamento no prazer, daí o hedonismo, a filosofia que justifica a finalidade última do homem na busca do prazer e do bem estar de caráter corpóreo.

A filosofia moderna, portanto, é produtora de uma ética fundada no prazer, e nesta perspectiva é que surge do ponto de vista prático e metodológico o utilitarismo oriundo das escolas liberais inglesas, iniciadas por Jeremy Betham e John Stuart Mill, que, por sua vez, são, originariamente, revolucionárias e anticlericais, uma vez que negam as instituições tradicionais e religiosas que renegam a postura hedonista.

Ocorre que o liberalismo acabou por ser o fermento intelectual de onde se desenvolveu a escola de pensamento socialista, que resultou em Marx, e, também, foi do pensamento liberal que surgiu Thomas Malthus, cuja teoria exerceu forte influencia na criação do darwinismo, uma vez que sua tese tratava da sobrevivência dos mais aptos.

Todas estas teorias (liberalismo, darwinismo, socialismo) são desenvolvimento da teoria utilitarista em algum nível, uma vez que tudo que é considerado inútil para o progresso (econômico, social ou evolutivo) é considerado descartável, justamente essa percepção é o fundamento para todas as teorias políticas que fomentaram os genocídios que aconteceram durante o século XX, em especial o darwinismo social nazista e o comunismo marxista soviético / chinês / cambojano / cubano / coreano do norte / venezuelano / etc.

Werner Nabiça Coêlho

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

COM DESCARTES O ESPÍRITO INCOMENSURÁVEL FOI AFASTADO EM FAVOR DO "CORPO" QUE PENSA


Descartes, em suas Meditações Metafísicas, quando se lança em sua hipótese de ceticismo radical quanto à realidade e objetividade do mundo afirma que sentiu como se “tivesse caído em águas muito profundas” uma vez que pressupunha que "que todas as coisas que vejo são falsas”, mas, socorre-se de sua própria existência corporal e sensória para afirmar que é desnecessária a existência de "Deus, ou alguma outra potência" para a produção do próprio pensamento, uma vez que o próprio sujeito é capaz de produzi-los por si mesmo, e, assim, o ceticismo radical é afastado pela constatação: "Eu então, pelo menos, não sou algo? [...] Sou de tal forma dependente do corpo e dos sentidos que não posso existir sem eles? [...] então não me persuadi de que eu não existia? Decerto não, eu existia sem dúvida” (p. 42), e prossegue em sua autoafirmação existencial: “Não há dúvida, então, de que eu sou” [...] “Eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeiro todas as vezes que a pronuncio ou que a concebo em meu espírito” (p. 42-3).

Vale ressaltar que Descartes ao questionar o que é o homem foge das sutilezas sensoriais e espirituais, pois permanece cético quanto à realidade percebida pelos sentidos, e, por considerar enganosa tal realidade que se revela complexa, prossegue seus argumentos com fundamento no reducionismo simplificador da realidade, mediante a adoção dos dados matematizáveis, e desenvolve o conceito de corpo com base no critério de estrita mensuração espacial, uma vez que compreende corpo como "tudo o que pode ser delimitado por alguma figura” (p. 45), e assim, o corpo possui os seguinte atributos:

- Ocupa um lugar;
- Preenche um espaço;
- Exclui outros corpos;
- É objeto dos sentidos;
- É móvel por força exterior.

Todavia, o corpo não possui em si a potência de mover-se, de sentir e de pensar, e por isso Descartes afirma que “espantava-me por ver que semelhantes faculdades se encontravam em certos corpos” (p. 45), pelo que define as seguintes distinções entre os atributos da alma e do corpo:

- Alimentar-se e locomover-se (corpo);
- Sentir (corpo);
- Pensar (alma).

Por um momento podemos considerar que a perspectiva cartesiana está nos remetendo para a vida da alma, que por sua vez imprime a consciência no corpo, todavia, tal perspectiva não existe para Descartes, pois, por mais que o mesmo afirme que a alma humana nada mais é que "uma coisa que pensa, ou seja, um espírito, um entendimento ou uma razão” (p. 46), o caráter espiritual se desfaz quando o raciocínio de Cartesius define que a alma e seu processo de pensamento é derivado da imaginação, estritamente oriunda de impressões sensoriais corporais, uma vez que “imaginar não é outra coisa senão contemplar a figura ou a imagem de uma coisa corporal” (p. 47), neste sentido, a própria vida do pensamento, que por sua vez constitui a vida da alma, é uma derivação de percepções sensoriais empíricas derivadas da contemplação da figura ou imagens corporais, de corpos extensos, de "res extensa".

Com Descartes o espírito foi afastado em favor do "corpo", ou melhor dizendo, o espírito, a alma e o pensamento foram considerados como meras imanências corporais, tais flatulências do pensamento desenvolveram-se a tal ponto que hoje somos ensinados sobre a "morte de Deus" e a dialética do espírito da história como corpo social em desenvolvimento, ou da matéria corporal mesmo, como se fossem verdades do pensamento, quando na verdade são meros peidos verborrágicos de corpos perdidos no ceticismo sofístico de nossos tempos reducionistas.

Referência:

DESCARTES, René. Meditações metafísicas. 2. ed. Introdução e notas Homero Santiago. Tradução Maria Ermantina Galvão. Tradução dos textos introdutórios Homero Santiago. São Paulo: Martins Fontes, 2005

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

ALGUMAS PALAVRAS SOBRE A IDEOLOGIA DO LIBERALISMO

O Jardim das Delícias, de Bosch

A visão da vítima da alienação ideológica continua percebendo a realidade, só que essa percepção fica distorcida com base em preconceitos e idealizações, assim sendo, um socialista acreditará que tudo é criado com base na economia, o libertário defenderá a vontade e o desejo sem limites, o reacionário defenderá um passado anacrônico e já morto e enterrado, e até um suposto "isentão" demonstrará um ceticismo invencível, para justificar sua neutralidade. Por mais que tudo ao redor indique outros caminhos e outras possibilidades de ação, mesmo assim, os alienados ideológicos permanecem presos aos seus padrões fixos de pensamento, uma vez que a ideologia funciona como um depósito de fé e de dogmas, são alienados aqueles que perderam a imaginação alimentada pelo real, e com isso a liberdade de ação, pois substituíram a realidade concreta por meras idéias abstratas, arbitrárias ou parciais, que julgam ser sistemas explicativos sobre toda a realidade, são incapazes de considerar o imponderável e o mistério que habitam entre nós.

***

O problema do liberalismo, quando encarado como uma ideologia, está na visão parcial que adota um cunho materialista, hedonista e imediatista, na qual o orgulho individual é elevado ao patamar da divindade, a terminologia assume um caráter místico que em termos econômicos se manifesta com expressões como a "mão invisível", que é tal qual a "coisa em si" kantiana, ambos são meros torneios de linguagem que escamoteiam o medo visceral de tudo aquilo de transcende ao vocabulário padrão do grupo, é sem tirar nem por o mesmo fenômeno que ocorre nos demais coletivos ideológicos

***

Não existe mundo dos negócios sem aquela confiança mútua fundada em valores éticos tradicionais como a honestidade, afinal a mentira é um pecado

***

O Mercantilismo e demais formas de intervenção do Estado na economia são dignidades atribuíveis à Idade Moderna

***

A Idade Média Católica Apostólica Romana criou todo o Direito Comercial e todo o Sistema Financeiro atuais, e nem precisaram ser libertários

***

"Liberdade", "Estado" e "indivíduo" são meras ferramentas conceituais, cujas existências são coetâneas e fazem parte de uma unidade que chamamos de realidade, portanto, não podem ser tratadas como melhores ou piores que as pessoas que as operam

***

É possível afirmar-se que cada pessoa ao possuir uma alma imortal está submetida somente à Divina Providência, e qualquer tentativa de controlar o destino sagrado de cada alma é uma violação da liberdade do próprio Ser, cujos caminhos são potencialmente infinitos, como infinitas são suas criações, por mais que hajam condicionantes transcendentais (sociais, físicas e biológicas) que limitam a existência de cada pessoa, eventualmente, tais limitações podem ser superadas por meio da inteligência que herdamos de nossa paternidade divinal e transcendente.

***

O liberalismo não é moral no sentido cristão, pois se prende ao conceito de felicidade, cuja manifestação material é o prazer, é mais uma escola epicurista

***

Liberalismo é somente uma das vertentes secundárias da filosofia moderna de corte cético e materialista originada em Cartesius

***

O liberal ao defender a pura e simples soberania do indivíduo acaba por fomentar a possibilidade da defesa socialista da soberania totalitária do super-individuo denominado Estado, uma vez que a liberdade de agir de ambos não encontra limites que os transcendem

***

Liberalismo é a ideologia de subverteu a palavra "liberdade" da mesma forma que o socialismo destruiu a palavra "justiça"

***

O liberalismo quando adotado na forma de ideologia implica na relativização dos valores, não sou contra a liberdade econômica, mas tal liberdade não necessita de uma ideologia para existir

***

Se Cristo fosse liberal Ele não açoitaria os cambistas do Templo

***

O problema não é a defesa da liberdade, o problema é a proposição do bruto materialismo como se fosse o fundamento da liberdade

***

Liberalismo é a religião do materialismo com apelos ao humanismo

***

Liberal sonha em se libertar de limites morais tradicionais, pois julga ser infinitamente livre

***

O socialismo é a fase superior do liberalismo, são etapas do materialismo cético nominalista moderno

***

O comércio floresceu durante séculos com base em valores tradicionais católicos, a letra de câmbio, a contabilidade de partida dobrada, etc, tudo foi criado antes dessa lenga lenga ideológica e libertina

***

O liberalismo econômico necessita de uma rigorosa ética religiosa para ser eficaz

***

O socialista é o liberal mais egoísta, pois pretende o monopólio estatal da liberdade

***

Liberalismo é bom nos olhos dos outros, liberal quer é ser poderoso com discurso humanitário

***

Quem idealiza uma liberdade absoluta no fundo cobiça o poder absoluto

***

Liberdade é a forma com a qual uma pessoa exercita o próprio poder

***

O poder de agir sem determinados impedimentos, o poder de impor e/ou satisfazer suas vontades e desejos, em suma, liberdade é o exercício de um determinado poder

***

Idéias de qualquer natureza são rastreáveis até Aristóteles, Platão, Sócrates, Homero, etc, o problema é quando o ideário passa a ser tratado como algo sagrado e autônomo, daí que não me importo nem um pouco com qualquer "ismo" quando se trata de filosofia, não há problema nenhum em reconhecer verdades, pois elas são objetivas e absolutas, o problema é se apegar a este ou àquele determinado pensamento de forma partidária, e, por falar em Aristóteles, ele defendeu uma ética fundada na razão e na virtude que muito mais se ajusta ao sacrifício do próprio ego exigido no cristianismo que ao bobo egoísmo do individualismo contratualista que faz emergir o estatismo mais feroz

Werner Nabiça Coêlho