sexta-feira, 10 de abril de 2020

Diário do Cárcere - Presídio Covid-19 - 04

10/04/2020 - Ontem decidi não entrar em debates políticos para hoje ser envolvido em discussão sobre o catolicismo ter começado com o Imperador Constantino enquanto eu levantava a bola de Pedro, mas tudo acabou bem com ninguém abrindo mão de suas posições teológicas e/ou historicistas. Enquanto isso nosso sigilo de dados telefônicos foi derrubado por decretos estaduais, e aqui fico na expectativa das futuras ações de indenização por danos morais e ações penais por abusos de autoridade que serei contratado para redigir. A Paixão de Cristo prosseguirá para o Povo pois os vendilhões estão lucrando com todo esse sofrimento.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Diário do Cárcere - Presídio Covid-19 - 03


09/04/2020 - Acendeu-se o debate sobre as virtudes de imprimir dinheiro para estimular e recuperar a economia, e haja explicar no WhatsApp que papel não é o mesmo que moeda, e que papel-moeda não é nutritivo o suficiente para substituir o feijão com arroz, daí a discussão, do nada, passa para a ineficácia da cloroquina em salvar todas as pobres vítimas do vírus dracônico, por essas e outras decidi iniciar um jejum de opiniões próprias e alheias e resolvi só relembrar que a maior história de todas os tempos está em pleno curso, e que daqui até Domingo, mais uma vez, testemunharemos a morte e ressurreição de Deus Encarnado e que está no meio de nós pelos séculos dos séculos.

(Quem sabe os pobres venezuelanos não tenham a sua própria Páscoa por estes dias vindouros?!)

Diário do Cárcere - Presídio Covid-19 - 02


08.04.2020 - Estava refletindo como o Doriana deve se inspirar em Judas, pois além de trair sua fase bolsodoria ainda teve coragem de afirmar que é dele o mérito de defender a utilização da cloroquina, por outro lado observo que o Pilatos Mandettus continua lavando suas mãos e desafiou os médicos a respeitar o juramento de Hipócrates, sem lhes autorizar expressamente por meio do "sagrado" protocolo oficial do MS, por fim nosso Presidente Messias tem suportado sua Paixão pessoal sob traições e apupos dos poderes deste mundo que tanto lhe odeiam, e assim vamos participando da Páscoa na qual estamos sendo libertados do mal provocado pelo Dragão, por meio de uma medicina descoberta pelos jesuítas.

terça-feira, 7 de abril de 2020

Diário do Cárcere - Presídio Covid-19 - 01

06/04/2020 - O Brasil continua com os trabalhadores presos, perdendo seu meio de sustento, são perseguidos pela policia e discriminados socialmente. 

Enquanto isso os presidiários da pior espécie vão sendo soltos, porque vidas de meliante importam.

07/04/2020 - Enquanto aguardo o ditador local regulamentar minha saidinha da Semana Santa, reflito sobre a bioética envolvida entre liberar emergencialmente tratamento com cloroquina, cuja posologia é conhecida já por 70 anos.

Cogito se tenho que confiar no método científico, e se devo me oferecer como possível consumidor de placebo, para testes cegos com grupo de controle, para obtenção de carimbos e permissões burocráticas para salvar vidas.


A CELEUMA DA CLOROQUINA E O ESTADO DE NECESSIDADE


O que acontece com o mundo que busca certezas científicas por meio de metodologias de pesquisa demoradas enquanto vidas são ceifadas em uma situação emergencial?

Há algo em Augusto Comte, mas no fundo no fundo, a religião da ciência começou ideologicamente em Galileu e Bacon e vem sendo sistematizada desde Descartes, hoje assistimos à evidência de que é possível instaurar-se inúmeras ditaduras tecnocráticas por meio do culto à ciência, como portadora do conhecimento sagrado, que nos permite a salvação de nossas vidas terrenas.

O sagrado transitou de Deus para o homem que se especializa no atomismo quântico ou na nano-membrana celular, o paper é o portador da nova verdade revelada, com o grau acadêmico de doutorado, com base em uma verdade conforme o consenso científico.

O problema atual relativo à liberação da cloroquina, ou não, com tratamento restrito, ou não, é um premente problema bioético e politico que serve de medida para essa doidice na qual o protocolo clínico é mais importante que evidência médica reiteradamente confirmada, quando tantos resultados positivos são o testemunho da eficácia dos novos tratamentos por meio de remédio veteranos.

O estado de necessidade presente é a justificativa para adoção de todos os meios que forem possível em defesa da vida do paciente.

Diário do Hospício - 07/04/2020


Estava divagando ao ponto de ir ao mundo da Lua, quando virava a esquina numa cratera ouvi alguém falar "um vizinho meu passou mal e no dia seguinte morreu, foi trágico pois ele só tinha 41 anos de idade!"

Daí o companheiro de conversa perguntou se isso estava provado, quando a resposta foi afirmativa bateu-me uma angústia tão grande de ser mordido pelo Covid-PCC que resolvi correr para a coroa do Sol, porque é onde a temperatura é maior que superfície, pois ouvi dizer que o calor acima de 15 graus Celsius é efetivo.

Enquanto curtia o calor me toquei que o vírus chinês demora para matar, que o resultado do exame demora para sair, e que eu devo ter ficado doido de acreditar em um simples boato.

Por isso voltei à atmosfera terrestre e me dei por satisfeito de viver abaixo da linha do Equador, onde não tem pecado e o SUS está recebendo uma injeção multibilionária de recursos, pois o Brasil descobriu que basta imprimir dinheiro para bancar todo o isolamento social necessário para garantir a sobrevivência da população.

domingo, 5 de abril de 2020

A PANDEMIA QUE VITIMOU O BOM SENSO

Ésquilo (525/524 a. C.- 456 e 455 a.C)

Ésquilo, por volta de 400 anos a. C., já afirmava que na guerra,  a verdade é a primeira vítima, parafraseando-o, posso afirmar que nessa pandemia do vírus chinês, o bom senso foi a primeira vítima, uma vez que é óbvio que quarentena não é isolamento de toda a população, mas o isolamento de pessoas infectadas ou de pessoas do grupo de risco.

A religião positivista que erigiu a ciência como a medida de todas as cousas é tão estúpida que pressupõe uma permissão burocrática para liberar novos tratamento em plena emergência e calamidade.

Prefiro ficar com Aristóteles (Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.) que, por ser filho de médico, possuía senso comum suficiente para saber que a medicina é filha da arte e da experiência de cuidar paciente por paciente, com todas suas idiossincrasias.

O bom senso, se vigorasse ainda, deveria nos remeter à necessidade de sustentar a continuidade dos bens da vida, para que possamos ter recursos para tratar dos mais necessitados.

Para onde foi parar a experiência e a arte acumuladas pelos séculos dos séculos?

Aonde está a confiança na responsabilidade e no engenho humanos?

O medo da morte nublou o entendimento do Povo e seus governantes, e este mesmo medo está servindo de atalho para inúmeras formas de morrer, uma mais insidiosa que a outra, seja pela fome, seja pela violência, pela depressão e desespero, ou mesmo por meio de guerras.

Quem viver verá!