quarta-feira, 27 de maio de 2020

O QUE DISTINGUE O DIREITO DA PURA VIOLÊNCIA.

A força quando empregada com base no puro arbítrio da vontade, quando exercita-se o poder sem reconhecer-se limites, que se orienta a suprimir a vida, a liberdade e a propriedade alheias, a força que se justifica pela própria força, são estes elementos integrantes da violência ilegítima e violadora.

A força ilimitada é a síntese do ato antijurídico em face do direito natural inerente a todos os filhos de Deus.

A força quando orientada pelo desejo de poder é a definição da legitimação da violência para com o próximo.

A força exercida com responsabilidade, limitada pela noção de bem comum, instrumentalizada por meio de formalidades que garantem previsibilidade e paridade de armas de ataque e defesa, a força legítima que é exercida sempre respeitando-se ao próximo como a si mesmo.

A força limitada é o que se convenciona denominar de direito.

O direito é uma ferramenta da prática social para se obter o máximo de proximidade aos ideias de justiça, se comutativa ou distributiva cada caso é um caso.

O exercício da força limitado pela deferência e submissão ao ideal da justiça é o símbolo da luta pela ordem legítima, luta que se legitima na razão liberta do desejo.

O INIMIGO NÃO NOS CONHECE, MAS NÓS O CONHECEMOS.

Considero que esse bafafá criado pelo STF, ao perseguir a imprensa bolsonarista, é uma tentativa de provocar uma reação destemperada do governo.

Não me arvoro em cobrar posições institucionais imediatas, seja do PGR, pois este tem o tempo do processo para se manifestar, seja do Ministro da Justiça, que considero que é um tipo de agente de contato dentro do STF.

Na prática quando o inquérito inconstitucional do STF é concluído em relação a cada investigado, e quando este é um cidadão comum, e, por não possuir foro privilegiado há um encaminhamento dos autos para as comarcas locais de primeira instância, e lá todos estão sendo arquivados por falta de amparo legal.

O que creio que tem que ser feito é colocar as barbas de molho, aproveitar a repercussão para aumentar o alcance da mídia da direita, deixar a corda se esticar e se enrolar cada vez mais no pescoço destes abusados.

Nesta hora compreendo cada vez mais a tranquilidade com a qual a lei de abuso de autoridade foi referendada pelo Bolsonaro.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

A FÁBULA DO DRAGÃO VERMELHO

A imagem pode conter: atividades ao ar livre


As fábulas existem como lições exemplares para a infância, e destas histórias são forjados os futuros adultos.

Lembro-me de uma fábula de Esopo na qual a moral da história é que não devemos confiar em quem quer nos devorar (destruir), outra fábula nos alerta que não devemos cair na conversa fiada de quem cobiça o que possuímos.

A raposa e o corvo | Metáforas

Daí de uma hora para outra vivenciamos uma fábula da vida real, que foi contada por um dragão vermelho, este disse que uma doença hematológica era uma doença respiratória, por isso eram necessários os respiradores, e, de lambuja nos informou que deveria ser adotada a mitológica técnica de achatamento da curva de contágios, que seria uma forma testada nas terras draconianas mediante aplicação de sistemáticos isolamento social e destruição da economia.

Reza tal fábula que a saúde, como manifestação do direito à vida, é mais importante que as atividades humanas cotidianas sustentadas na livre iniciativa e na liberdade do trabalho, assim sendo é de suma importância a imposição compulsória do direito à vida suprimindo-se os demais direitos humanos, com exceção das atividades "essenciais" das clínicas de aborto, conforme a OMS.

Ou seja, na fábula o dragão vermelho promete que o malvado vírus será derrotado pela completa planificação estatal da vida da sociedade, em todos os seus aspectos sem exceção, com a revogação de todas as garantias e direitos fundamentais, tudo em defesa da vida dos nascidos.

Pois é, o dragão já sabia que a doença se cura com anti-inflamatórios e anti-bióticos e que esse negócio de achatar a curva de contágio só resultaria em esmagar a economia de seus concorrentes.

Enquanto isso estamos cá a importar respiradores e a criar uma casta de políticos dignos de filiação ao partido comunista chinês, e, também, em paralelo, temos um povo que por medo e horror metafísico da morte incerta, com base em letalidade calculada em 0,01%, habitua-se aos rigores de um planeta prisão na qual o direito e a liberdade são extintos, cabendo ao gado humano viver tranquilos em seus confortáveis currais, alimentados com bolsas sociais governamentais.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

O PODER IMODERADO

Tendo observado o debate a respeito do poder moderador, ora interpretado como poder exercido pelo STF, ora como poder que poderá ser exercido pelas forças armadas, em minha perspectiva creio que ambas são ideologias.

As visões que apontam o poder moderador dos juízes ou dos soldados são formas elaboradas de nosso velho sebastianismo, nosso Rei Arthur que um dia ressurgirá em visões de Antônios Conselheiros e constitucionalistas com ou sem coturno.

O poder moderador é uma bela instituição criada sob nossa tradição monárquica, depois virou um espectro a ser invocado em momentos de crise, um topos retórico de nosso debate durante crises políticas.

Talvez o poder moderador seja parte integrante de nossa constituição de fato, mas, justamente, por não estar expressa acaba por ser um possível princípio implícito (?), mas creio mais na hipótese de que é uma palavra gatilho que na tradição político-constitucional brasileira significa ora revolução, ora reação.

REFLETINDO SOBRE A NOVA RELIGIÃO DA EUGENIA DO COVID-1984

A máscara hospitalar é o novo símbolo da religião sacrificial da eugenia, quem não utilizar tal veste de forma contínua arrisca-se a ser considerado impuro e iníquo passível de ser considerado um zumbi, um não-humano cuja existência deverá ser urgentemente eliminada pelo bem comum.

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Não somos livres para escolher como viver ou morrer perante o deus sacrificial da eugenia, a liberdade nada vale diante da igualdade saudável gerida pelos poderes estatais que nos consideram um bom plantel em seus confortáveis currais, cuja fazenda denomina-se "fique em casa".

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A saúde pública é motivo social, o culto à igualdade hipocondríaca é a nova religião sacrificial, a eugenia é a ideologia científica que serve de teologia, o medo da morte é a filosofia, e, por fim, o dado antropológico fundamental é um povo acovardado pelo medo da morte mimeticamente estimulado pelos senhores do mundo da política e da mídia.

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A nova religião sacrificial é a eugenia, que sacraliza a vida saudável, persegue quem não acata a ciência sagrada e infalível, e premia os fiéis com a garantia da promessa de vida longeva com base nos futuros avanços da medicina, futuro sempre adiado.

UM PROBLEMA DE COMUNICAÇÃO ENTRE TÉCNICA E FILOSOFIA

O que acho mais interessante na história da ciência e seus avanços técnicos é que o método empírico que vem das invenções medievais (moinho de vento, relógio mecânico, engenharia militar, armas de fogo, matemática, etc.) prosseguiram avançando à revelia das teorias mais loucas da modernidade, até chegar-se ao ponto em que as ciências como a física e a biologia, entre outras, afastaram todos os postulados básicos da modernidade com suas descobertas, uma vez que demonstram a existência de um mundo objetivo e concreto, que é regida por leis universais e ordenadas, passíveis de observação e interação sujeito e objeto.

Mas, como a técnica e a filosofia são dois universos secantes (ciências e humanidades), que não se misturam com facilidade, as descobertas empíricas e objetivas continuam até hoje sendo interpretadas com base em teorias idealistas e subjetivistas, é como aquele casamento em que há convívio só por conveniência mas nenhuma compreensão mútua.

DIVAGAÇÃO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE CONHECIMENTO TÉCNICO E A ÉTICA FILOSÓFICA

O conhecimento técnico-científico aplicado no desenvolvimento de tecnologias cada vez mais avançadas e práticas, funciona à revelia de quaisquer teorias e hipóteses apoiadas em escolar filosóficas desenvolvidas nas humanidades.

As hipóteses especulativas possuem seu valor, mas não são validadas pelo consenso comunitário dos doutos, são válidas conforme são passíveis de verificação na realidade concreta, ou são o princípio teórico para induções e deduções que analisam fatos reais e descrevem a realidade concreta em suas derivações.

Não existem idéias puras, nem constatações empíricas puras, tudo está misturado de forma essencialmente concreta, o testemunho dos sentidos é tão essencial quanto as conexões abstratas estabelecidas da observação dos fatos experimentais.

Sujeito e objeto são posições intercambiáveis e reciprocamente interatuantes, não há como haver uma teoria pura de qualquer coisa na realidade viva, são meras formalizações de conhecimentos para possibilitar estudo que abstrai a complexidade do real.

A árvore do conhecimento do bem e do mal nos concedeu um fruto que podes nos fazer pecadores, mais ao mesmo tempo nos concedeu a possibilidade de ter consciência dessa condição passível de queda, o grande teste empírico é vivenciado na prática existencial de agir conforme o conhecimento adquirido e determinar-se para caminhar na direção do sumo bem, por mais imperfeitos que sejamos, mesmo assim, ainda há a possibilidade de salvação, pois a graça é uma das realidade concretas da existência, por mais que não compreendamos as relações de causa e efeito completas, o mundo não deixa de ser uma realidade providencial para aqueles que perseveram com um olho na realidade, aquela cujo Autor nos anima.

O conhecimento técnico é sobre coisas concretas, o conhecimento filosófico é moral e determina se pecaremos com base nesse conhecimento técnico, a escolha moral ao adotarmos condutas técnicas é tão importante quanto a própria técnica.

A filosofia bem encaminhada ao amor a Deus conduz a utilização do conhecimento técnico para o caminho do bem.