sexta-feira, 1 de julho de 2016

O reducionismo é o desconforto diante da complexidade da realidade.

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Em um arroubo retórico, para fundar seu idealismo mental, Descartes afirma que existem certas coisas que serão certas “esteja eu acordado ou dormindo” (p. 35).


Para confirmar sua hipótese propõe que sejam consideradas verdadeiras somente “coisas muito simples e muito gerais”, pois conterão “algo de certo e indubitável”, enquanto que coisas compostas “são mui duvidosas e incertas” (p. 35).


E assim nasce a Ciência Moderna, com o “desejo de encontrar alguma coisa constante e segura nas ciências” (p. 37), mas com um medo terrível de lidar com coisas mais complexas que uma equação matemática.

Daí seguiu-se bifurcação entre ciências naturais (leia-se: matematizáveis) e as humanidades, divisão que tentamos sanar até hoje!

(DESCARTES, René. Meditações metafísicas. 2. ed. Introdução e notas Homero Santiago. Tradução Maria Ermantina Galvão. Tradução dos textos introdutórios Homero Santiago. São Paulo: Martins Fontes, 2005)

 

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