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quarta-feira, 15 de abril de 2020

UMA HIPÓTESE DO PORQUÊ O OCIDENTE APLICOU O “LOCKDOWN”.

Lockdown: é necessário ter mais dados e menos opiniões - BLOG DO ...

Uma hipótese econômica para o “lockdown” (01) ter sido universalmente aplicado pode ter outras motivações além daquelas hipóteses relativas à proteção da saúde, ou mesmo uma conspiração para destruição econômica dos países afetados pela peste chinesa, não excluo tais motivações do reino das possibilidades, creio mesmo que há muita gente de boa e de má-fé agindo para executar o presente bloqueio total, mas, provavelmente, estejamos assistindo a execução de um projeto de demolição das cadeias globais de produção industrial centradas na China. 

Explico-me, as circunstâncias dos acontecimentos levam à crença de que todos os governos, de uma hora para outra, caíram numa armadilha de guerra biológica e econômica engendrada pela conspiração China/OMS(ONU), todavia, poderiam os governantes das grandes potências ser tão autenticamente tontos e ingênuos? 

Ou estariam aproveitando o ensejo para estabelecer novos parâmetros econômicos para a globalização com um enfoque regionalista (União Europeia) e nacionalista (EUA, Japão, Coréia. Quem sabe o Brasil também?!)? 

Enquanto medidas voltadas para a proteção da saúde pública são adotadas, simultaneamente, o noticiário começa a revelar inúmeras desonestidades e tramoias praticadas pelos chineses, que estão fornecendo produtos de baixa qualidade, ou notícias que dão conta que vários governos estão dispostos a financiar a retomada de produção industrial fora da China, e, do ponto de vista da vida cotidiana houve uma quebra no fluxo comercial, pelo simples fato de que o comércio foi parado, logo, não há necessidade de reposição de estoques, assim, a logística, atualmente, somente parece estar promovendo a distribuição de insumos médicos, matérias primas e alimentos.

Num certo sentido há um tremendo esforço global em esclarecer que a dependência da produção industrial chinesa é uma praga que deverá ser combatida, tanto quanto a peste epidemiológica, tudo levando-me a crer que o “lockdown” trata-se de contra-ataque inicial, que imediatamente demonstra que não precisamos consumir produtos chineses com tanta necessidade, pois não são essenciais, ao mesmo tempo em que um novo tipo de nacionalismo industrial vai sendo forjado, um desejo de autonomia produtiva e econômica.

Outro fator interessante nesse processo é que mesmo que as atividades estivessem normais nestes diversos países sujeitos ao bloqueio total de atividades, a normalidade de tais atividades talvez implicasse em grande demanda de produtos “made in China”, que por conta da existência de grandes estoques acumulados durante o “lockdown” chinês, teriam um impacto deletério em relação às respectivas indústrias nacionais, e deflacionário, nos mercados europeu e americano, o que reforçaria a posição econômica da China perante o Ocidente.

(01)Bloqueio total (lockdown) Esse é o nível mais alto de segurança e pode ser necessário em situação de grave ameaça ao Sistema de Saúde. Durante um bloqueio total, TODAS as entradas do perímetro são bloqueadas por profissionais de segurança e NINGUÉM tem permissão de entrar ou sair do perímetro isolado. (Bolem Epidemiológico Especial 7 – COE Coronavírus – 06 de abril de 2020, P. 7)

quinta-feira, 31 de maio de 2018

A DEMOCRACIA DIRETA EM REDES: o caso brasileiro nos anos de 2013, 2015 e 2018


O surgimento das redes sociais supriu as massas de uma ferramenta de comunicação, que permite movimentos pontuais em reação a situações excepcionais, para o exercício da pressão política, ou para sofrer uma manipulação política (tenho aqui para mim, que quando financiaram a criação das redes sociais o objetivo primário seria criar interferências na política interna de nações alvos, como o que foi desencadeado na malfadada "primavera árabe").


Todavia, uma arma ainda é só uma ferramenta, e tudo depende do portador, logo, houve uma reviravolta no equilíbrio das forças da mídia, justamente quando a imprensa estava concluindo seu processo de concentração monopolística nas mãos do meta-capital, daí, quando o povo comum, e seu senso mais do que comum, descobriu o poder de mobilização das redes, revelou-se como o verdadeiro mercado de comunicação anarco capitalista de fato.

Logo, é possível constatar-se que as jornadas de junho de 2013 foram a promoção da primeira tomada de consciência da força do movimento de massa do povo comum e ordeiro, cuja características mais marcantes, em meu entender, foi o nível de engajamento democrático (no sentido de manifestação de todas as correntes do opinião), bem como o nível de engajamento social e pessoal do povo, que incluiu famílias em passeio e muitas fotos com policiais, tudo isso num momento histórico coetâneo com a erupção do terrorismo e do vandalismo dos esquerdistas, que tentaram desencadear uma "reforma constitucional exclusivamente política", a partir de protestos pelo "passa livre".

Os caminhoneiros foram a segunda etapa desse processo de crescimento de poder popular, por meio da criação de redes de comunicação difusas e conectadas, que apanhou o Brasil (oficial e coloquial) de calças curtas, pois enquanto o primeiro movimento foi oriundo da sociabilidade genérica do Facebook, este último foi uma articulação do Whatsapp, dentro de um contexto em que várias entidades de classe e associativas já haviam realizado um primeiro ensaio de protesto em fevereiro/março 2015, na qual resultou-se na promulgação da Lei nº 13.103, publicada em 02.03.2015, e, vale ressaltar, ainda, que naquela ocasião, a pauta do protesto era exatamente a mesma da atual (diesel, pedágio, preço do frete, etc.).

Destaco que, pelo menos entre os caminhoneiros, há um espírito de corpo muito semelhante ao existente na caserna, pois são profissionais que enfrentam todos os problemas do Brasil real, literalmente são corriqueiramente alojados em acampamentos de beira de estrada, vulgarmente chamados de "Postos de Gasolina", e são integrantes de uma classe de profissionais altamente pressionados por todos os tipos de exigências legais e ilegais no seu dia-a-dia (multas, impostos, taxas, pedágios, carta frete, calotes, roubo de carga, etc.), cuja função é essencial para a sociedade, mas cuja atividade é deveras criticada e discriminada como se fossem um simples incômodo, o que adiciona uma psicologia de ressentimento na mentalidade de tais trabalhadores.

Ocorre que o caminhoneiro é sobretudo um profissional do setor de transporte, não é um integrante de uma agremiação política, e como o Olavo de Carvalho tão bem vem ensinando nos últimos anos, não há como realizar o enfrentamento político sem o devido poder político, aquele poder de mobilizar pessoas em uma única vontade e um único objetivo, daí fico curioso em saber qual será a rede social que será a ferramenta principal.

Divulgado no site Jus Navigandi: 

https://jus.com.br/artigos/66634/a-democracia-em-redes

quarta-feira, 30 de maio de 2018

A revolução brasileira e as recentes jornadas de maio: uma breve análise do desenvolvimento da democracia direta no Brasil (Versão divulgada no site Jus Navigandi)


Há um livro da qual gosto muito que é intitulado "Lembranças de 1848: as jornadas revolucionárias em Paris", na qual Alexis de Tocqueville narra sua participação no combate contra aquilo que ele mesmo denominou de uma revolução socialista, por ele apelidada de "jornadas de junho", com base nessa inspiração considero que estamos vivenciando as jornadas de maio de 2018, uma etapa da revolução brasileira.
A greve dos caminhoneiros representa um segundo passo na revolução brasileira, que em 2013 iniciou como reação aos "protestos pacíficos com violência" e se estabilizou em festas cívicas aos finais-de-semana, ou de horários após o expediente.
Tais protestos iniciais manifestaram-se como método ativo de mobilização de um grande número de pessoas, com a adoção de uma atitude passiva quanto a outras ações, bastava a demonstração da existência de um grande oceano de gente, tal realidade é explicável na medida em que famílias reunidas não podem parar um país.
Retomando o argumento da segunda etapa da revolução brasileira, que foi operada pelos caminhoneiros autônomos, esta mobilização se manifestou mediante a adoção de medidas ativas e práticas, que, ironicamente, se caracterizaram não por uma grande reunião e movimentação de pessoas, mas pela paralisação dos agentes envolvidos.
A interferência nas decisões governamentais ocorreu com eficácia, e, até mesmo serviu para impor, reiteradamente, decisões ao governo.
Como diria o Olavo de Carvalho o Poder é a capacidade de comandar pessoas, e o Poder será tanto maior quanto maior for a quantidade de pessoas comandadas, com base neste critério, um "Poder dos Caminhoneiros" foi manifestado, este Poder comandou os interesses do país por uma semana e se impôs ao governo.

Texto divulgado no site Jus Navigandi, disponibilizado em 29/05/2018: