A democracia, que defino como forma de governo com ampla participação da população mediante processos eleitorais periódicos, desenvolveu-se em Atenas, e, justamente esta democracia ateniense foi imperialista, tirânica e genocida ao ponto que desencadeou a Guerra do Peloponeso, na qual Esparta assumiu o papel de libertador das cidades gregas, e, por fim, o povo ateniense foi derrotado por causa do próprio orgulho oriundo do exercício do poder sem limites éticos universais.
A Cidade Eterna, durante seu interregno republicano, possuía cargos eletivos escolhidos pelo sufrágio da plebe, e este mesmo colégio eleitoral votava diretamente as leis, os políticos eleitos para cargos executivos, como no caso dos dois cônsules com mandato anual, habilitavam-se para cadeiras no Senado, tal arranjo, que foi fruto de árduas lutas sociais após o fim da monarquia, acabou degenerando em guerras civis e ditaduras, e, por fim, ensejou a criação do Império, um excelente exemplo histórico de que formas de governo democráticos originam tiranias, uma vez que a disputa pelo Poder seja orientada somente por princípios políticos.
O Ocidente, após o advento de Cristo, desenvolveu um novo conceito de democracia: o evangelho de que somos todos iguais na condição de filhos de Deus.
O cristianismo é portador do valor ético e sagrado fundamental de que todos somos portadores da filiação divina e da irmandade com o Logos que se fez carne, em suma, somos filhos queridos e iguais perante Deus por toda a eternidade, mas somos responsáveis por nossas escolhas, não só perante o mundo, mas perante os Céus.
O cristão é o cidadão deste mundo, mas também é um habitante da eternidade, um democrata no mundo criado pelo cristianismo possui uma ética que o responsabiliza não só no nível político, mas também possui consequências de caráter sobrenatural, pois responde não só por sua consciência, suas escolhas são o Céu ou o Inferno, com a possibilidade do purgatório.
Neste mundo que está deixando de ser cristão, assistimos à democracia reinventar seus vícios de origem greco-romana, o que nos encaminhará para o reino em que sacrifícios humanos, e a mais abjeta escravidão, retornarão com nomes convenientes para iludir os tolos.
Sim, verdade. Já estamos a presenciar o ataque metódico a tudo que é Cristão. Fala-se em neo-paganismo. A religião civilizada, o Cristianismo, tem muitos inimigos, de modo que fica muito difícil apontar objetivamente o bárbaro mais feroz que lhe fere mais profundamente. A ética civil, os "ismos" que prometem um paraíso na terra, outras religiões, o ceticismo, o mercado publicitário. Contudo, o Cristianismo nunca prometeu um paraíso na terra, sabemos. Toda a riqueza material, científica e liberdade civis geradas em períodos de supremacia da cultura católica, para seu fim primeiro e último, não interferem decisiva ou inelutavelmente. A missão da Igreja Universal é outra.
ResponderExcluirAh!... Belo artigo!
ResponderExcluirAh!... Belo artigo!
ResponderExcluirSim, verdade. Já estamos a presenciar o ataque metódico a tudo que é Cristão. Fala-se em neo-paganismo. A religião civilizada, o Cristianismo, tem muitos inimigos, de modo que fica muito difícil apontar objetivamente o bárbaro mais feroz que lhe fere mais profundamente. A ética civil, os "ismos" que prometem um paraíso na terra, outras religiões, o ceticismo, o mercado publicitário. Contudo, o Cristianismo nunca prometeu um paraíso na terra, sabemos. Toda a riqueza material, científica e liberdade civis geradas em períodos de supremacia da cultura católica, para seu fim primeiro e último, não interferem decisiva ou inelutavelmente. A missão da Igreja Universal é outra.
ResponderExcluirConcordo, inclusive com a última parte sobre a missão da Igreja, todavia, por mais que o reino da política não seja o objetivo superior, ele não deixa de ser um reino que se submete àquilo que lhe é superior, a separação não entre setores horizontalmente equivalente (Religião e Política), mas entre níveis hierarquicamente verticais, pois prevalece a verdade que não existe moral sem Deus.
ExcluirLeitura interessante...
ResponderExcluirMe fez pensar num paradigma muito apontado: o de que o poder corrompe.
Não sei quem expressou a frase pela primeira vez, mas aplicando ao contexto aqui exposto, relembra que a instituição igreja, em nome de Deus e do cristianismo, já desrespeitou culturas, assassinou milhares, acumulou poder político e riquezas, limitou a liberdade, entre outros absurdos.
É fácil identificar que munidos da "democracia divina", agiram como os greco-romanos, obviamente desvirtuando os princípios cristãos.
Neste mundo que está deixando de ser cristão, pergunto-me se uma retomada do cristianismo levaria a uma nova cruzada. Conseguiríamos nós, cristãos, agirmos melhor que os não-cristãos?
Caro Alex, percebo muitos dos lugares comuns no que diz respeito à opinião acadêmica sobre o papel negativo da Igreja, na perspectiva de uma instituição social, na história, por outro lado, foi a verdade evangélica que criou os princípios que hoje designamos como direito humanos, e foi a Igreja em sua vida institucional que criou as universidades, os hospitais, os asilos, o direito processual no sentido de direitos e garantias individuais, e um sem número de coisas, agora é evidente que não podes esquecer que o mal que foi feito pela Igreja nem chega perto daquilo que somente no século XX os estados comunistas e fascistas aprontaram, enquanto que as democracias que lutaram contra estes novos impérios foram basicamente nações que cultivaram os princípios cristãos em suas políticas
ExcluirDemocracia, governo do povo, não muda nem de grafia, quando passa a ser governo do demo, democracia. É só esquecer de Quem manda.
ResponderExcluirO natural sem um direcionamento sobrenatural induz o povo a escolher Barrabás
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