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domingo, 3 de julho de 2016

MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS - ÉTICA MATERIAL


As principais correntes da ética dos bens são:


o hedonismo

(de hedonai, 

palavra grega, que significa “eu me deleito”), 

que torna o moral dependente do prazer sensível.


Os cirenaicos defenderam essa doutrina que, 

esporadicamente, 

surge na de alguns autores materialistas.


O eudemonismo 

(de eudaimonia, que significa felicidade) 

tem como fim a felicidade espiritual, 

o estado de contentamento da alma.


Foi essa doutrina defendida por Sócrates.


O utilitarismo 

é a doutrina que defende a moral pela utilidade 

ou bem-estar do individuo ou da colectividade.


O perfeccionsimo 

afirma que o moral está na plena realização 

da essência humana, na perfeita conducção, 

segundo a natureza racional do homem.


Era essa a opinião de Aristóteles.


O naturalismo 

prega o pleno desenvolvimento 

de todas as inclinações e impulsos 

da natureza humana, como facto de moralidade.


O evolucionismo 

afirma que o progresso da humanidade 

é o fim determinante da moralidade.


A ética religiosa 

afirma que a moralidade 

está na conformidade com a vontade de Deus, 

e o mal é rebelar-se contra essa vontade.


(Mário Ferreira dos Santos, Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais, p. 540)


Mário Ferreira dos Santos

A ética material 

pode ser considerada como 

ética dos bens e ética dos valores.

A ética dos bens 


é aquela que torna a moral 

dependente dos bens reais, 

que são objetos de estimação do homem, 

ou dos bens ideais, 

que são objetos finais 

de sua estimação ou aspiração.


Bom, portanto, 

é tudo quanto permite ou auxilia 

o alcance desses bens ou fins.

Tais são o prazer, 


a felicidade, 

a utilidade, 

o fortalecimento da vida, etc.

Outra divisão, 

que se pode fazer sobre a ética dos bens, 

consiste em fundá-la 

no destino que se dê aos bens 

ou fins a que se aspira:


se tendem para o indivíduo, 

temos o individualismo,


se para a comunidade, 

temos o universalismo.


O individualismo é egoísmo, 

quando o que actua quer ser útil a si mesmo; 

é altruísmo, quando quer favorecer a outros.


Por isso, pode haver um individualismo altruísta,

quando se destina 

aos indivíduos da colectividade

os bens ou fins desejados.


Critica-se a ética dos bens, 

em todas as suas tendências, 

porque não explica a moral, 

por já a aceitar previamente como dada.


(Mário Ferreira dos Santos, Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais, p. 540)