CAIRUS, Henrique F.
“Textos hipocráticos: o doente, o médico e a doença”.
Henrique F. Cairus e Wilson A.
Ribeiro Jr. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005, 252 p. (Coleção
História e Saúde)
“Trata-se de um texto
norteado por um novo conceito que as Escolas Médicas de Cós e Cnido
trazem a essa cultura que mutatis mutandis
é a nossa: a verdade pragmática, não ideal (como a socrática),
nem somente comprovável (como a de Empédocles ou a de Anaxágoras),
mas já comprovada, pretensamente abnuente de dogmas, que necessitava
de uma expressão divulgadora em nome de um altruísmo ainda pouco
conhecido, capaz de, qual em Eurípedes, unir a humanidade, e não
apenas os povos.” (p. 41)
CAP. 1
“Quando, pois, todos
utilizam o mesmo juízo, mas não dizem as mesmas coisas, é evidente
que não as conhecem” (p. 42)
“...é justo aceitar
que quem fala conheça bem os assuntos, fazendo triunfar sempre seu
próprio discurso, caso conheça ele a realidade e a demonstre como
se deve” (p. 42)
CAP. 2
“...se o homem fosse
uma unidade, nunca sofreria. Pois, sendo uma unidade, não haveria
por que sofrer. Se realmente sofre, é necessário que haja também
um único medicamento. Mas há muitos, pois há muitas substâncias
no corpo, as quais, quando, contra a natureza, mutuamente se esfriam
e se esquentam, e se secam e se umedecem, geram doenças; de tal modo
que muitas são as formas (idéiai) de doenças e seus
tratamentos vários” (p. 42)
“Apresentarei provas
e apontarei as necessidades graças as quais cada substância aumenta
e diminui dentro do corpo” (p. 43)
CAP. 3
[…]
CAP. 4
“O corpo do homem
contém sangue, fleuma, bile amarela e negra; esta é a natureza do
corpo, através da qual adoece e tem saúde. Tem saúde,
precisamente, quando estes humores são harmônicos em proposição,
em propriedade e em quantidade, e sobretudo quando são misturados. O
homem adoece quando há falta ou excesso de um desses humores, ou
quando ele se separa no corpo e não se une aos demais.” (p. 43)
CAP. 5
“...as substâncias
que eu afirmaria constituírem o homem são sempre as mesmas segundo
o costum e a natureza;” (p. 44)
“...segundo o
costume, se distinguem, e nenhum deles tem o mesmo nome.” (p. 44)
“...de acordo com a
natureza as aparências se diversificam” (p. 44)
“...cujas cores não
se apresentam as mesmas diante dos olhos, nem parecem ser a mesma
coissa ao ao toque da mão?” (p. 44)
“Podes crer que não
são todos estes uma única substância, mas cada uma delas tem sua
particular propriedade e natureza” (p. 44)
CAP. 6
“Pois o remédio,
quando adentra o corpo, primeiro remove o que estiver mais de acordo
com sua natureza nos órgãos internos do corpo; depois, extrai e
purga os outros humores.” (p. 44)
CAP. 7
“Todos os anos
compreendem todos os princípios: o calor, o frio, o seco e o úmido,
pois nenhum desses princípios permaneceria um instante sem todas as
coisas inseridas nesse universo; mas se um elemento qualquer faltar,
todos desaparecem. Pois, a partir da mesma necessidade, todos eles se
reúnem e se alimentam mutuamente. Do mesmo modo, se um desses
humores congênitos faltasse, o homem nã poderia viver.” (p. 45)
CAP. 8
[…]
CAP. 9
“...o médico deve
por-se em oposição às constituições das doenças, às
características físicas, às estações e às idades, e relaxar o
que estiver tenso, retesar o que estiver relaxado.” (p. 46)
“Quando muitos homens
são ao mesmo tempo tomados por uma só doença, deve-se atribuir a
causa dessa doença ao que é mais comum e àquilo de que todos nós
nos servimos: que é isso que respiramos” (p. 46)
“Mas quando doenças
de toda espécie surgem ao mesmo tempo, é evidente que as dietas são
a causa...” (p. 46)
“...deve-se adequar o
que foi observado, tendo em vista a natureza, a idade e a aparência
do homem, a estação do ano eu tipo de doença, e proceder ao
tratamento, ora separando, ora juntando os elmentos, como foi dito
outrora por mim, e lutar contra cada condição das idades, das
estações, dos aspectos, das doenças, com remédios e com dietas.”
(p. 47)
“Quando se instaura
uma epidemia, é evidente que as dietas não são sua causa; mas o
que respiramos, este sim, é a causa, e é óbvio que este paira
contendo alguma secreção insalubre” (p. 47)
CAP. 10
[…]
CAP.11
[…]
CAP. 12
[…]
CAP. 13
“As doenças
recentes, das quais as razões são bem conhecidas, essas são os que
permitem diagnósticos mais precisos. Deve-se, pois, proceder à cura
delas opondo-se à causa da doença; dessa forma será possível, com
efeito, livrar-se do que torna possível a doença no corpo.” (p.
49)
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